Acesso ao principal conteúdo
Costa do Marfim

Tensão ao rubro na Costa do Marfim

Os partidários de Alassane Ouatara, convocaram uma marcha até à sede da Rádio Televisão em Abidjan, que pretendem "libertar" do jugo de Laurent Gbagbo. A ONU apela os dois campos à calma e alerta para a possibilidade de recomeço da guerra civil. 

Sede da RTI em Abidjã
Sede da RTI em Abidjã source: Flickr
Publicidade

A crise pós-eleitoral na Costa do Marfim, enceta hoje uma nova etapa, com a decisão tomada pelos apoiantes de Alassane Ouattara de marchar em direcção da Rádio Televisão pública da Costa do Marfim (RTI) com o objectivo de instalar um novo director-geral, que poderia ser Pascal Brou Aka.

Segundo observadores, esta nova partida de braço de ferro corre o risco de desembocar em confrontos violentos opondo o campo de Laurent Gbagbo, presidente cessante legitimado pelo Conselho Constitucional aos partidários de Alassane Ouattara, proclamado presidente pela Comissão Eleitoral Independente e reconhecido pela quase totalidade da comunidade internacional.

As forças de segurança e de defesa marfinenses, fiéis ao presidente Laurent Gbagbo, que guardam o edifício da citada Rádio Televisão em Abidjan, consideraram desde já a ONU responsável, pela violência que possa acontecer durante a marcha de hoje.

Note-se que Alcide Djédjé, Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Laurent Gbagbo, tinha acusado na passada terça-feira (14/12/2010) o Conselho de Segurança da ONU de "instrumentalizar" a situação na Costa do Marfim com fins partidários.

Criticada pelos seus detractores por estar ao serviço exclusivo de Laurent Gbagbo, a RTI (Rádio Televisão Ivoirense), é tida como um símbolo do poder na Costa do Marfim, pelo facto de a maioria dos dirigentes locais terem acedido à presidência, através do apoio da mesma.

Dada a grande taxa de analfabetismo neste país, que resulta numa leitura muito restrita dos jornais, a Rádio Televisão tornou-se no principal meio de informação das populações do sul, enquanto no norte, os media controlados pelos ex-rebeldes das Forças Novas, estão ao serviço de Alassane Ouattara e do seu primeiro ministro e antigo líder rebelde Guillaume Soro.

Ontem (15/12/2010) em Yamoussoukro, capital política do país, várias pessoas ficaram feridas em confrontos opondo adeptos de Alassane Ouattara aos militares.

Em mensagem divulgada também ontem, o secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon voltou a apelar Laurent Gbagbo a renunciar ao poder e alertou para o possível recomeço da guerra civil na costa do Marfim.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.