A França quer que Gbagbo assine um documento de renúncia do poder

O regime de Laurent Gbagbo pode estar a viver os seus derradeiros momentos. O Ministro francês dos Negócios Estrangeiros avançou, esta tarde, que estão a decorrer negociações com generais afetos ao presidente cessante. A França quer que Gbagbo saia do poder, assine um documento de renúncia e reconheça a vitória de Alassane Ouattara.

As forças pró-Ouattara posicionadas às portas de Abidjan. 02/04/11 REUTERS/Emmanuel Braun

A França veio a público dizer que Laurent Gbagbo, o presidente cessante, está a "dois dedos" de abandonar a cadeira do poder. O Primeiro-Ministro gaulês, François Fillon, garantiu que dois generais próximos do antigo presidente estão a negociar as condições de rendição de Gbagbo. Os generais querem esclarecer questões como as garantias jurídicas e a segurança de Gbagbo, da sua família e dos seus homens fortes.

Mais de quatro meses depois do início de uma crise pós-eleitoral, as forças da Nações Unidas e as forças francesas atacaram ontem, segunda-feira, os últimos bastiões de Laurent Gbagbo, o seu palácio e a sua residência em Abidjan. Uma intervenção que decorreu ao abrigo da resolução 1975 do Conselho de Segurança e cujos bombardeamentos foram desencadeados para proteger as populações e impedir o municiamento das forças especiais de Laurent Gbagbo.

Sobre esta intervenção francesa, Alain Juppé, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, fez saber que para a França não se coloca a questão de se instalar militarmente na Costa do Marfim, depois da queda de Gbagbo. O chefe da diplomacia francesa insiste que a presença militar gaulesa não se deverá eternizar neste país africano, mas deverá marcar presença através de um plano de acompanhamento económico ambicioso, que permita o regresso do país ao desenvolvimento. Para já, o que Paris quer é que Laurent Gbagbo deixe a cadeira do poder, assine um documento de renúncia e reconheça a vitória de Alassane Ouattara.

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Alain Juppé, Ministro dos Negócios Estrangeiros de França