Economia e segurança alimentar na ementa da CPLP
Segurança alimentar, situação política na Guiné-Bissau, adesão da Guiné Equatorial e a revisão de estatutos da CPLP vão dominar a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização. O encontro está marcado para dia 20 de Julho em Maputo.
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A Cimeira de Maputo começou a nível de grupos de trabalho, enquanto ainda não se aborda a questão da Guiné-Bissau ou o controverso dossier do pedido de adesão da Guiné Equatorial à CPLP.
Desde a manhã desta quarta-feira, que começou a nível de peritos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e organizações da sociedade civil dos países membros, uma reunião sobre a segurança alimentar. Um dos lemas da cimeira e também uma das prioridades definidas por Moçambique que a partir de sexta-feira passa a assumir a presidência rotativa da CPLP.
De acordo com dados fornecidos pela organização, existem cerca de 28 milhões de pessoas desnutridas no espaço lusófono, 35% dos quais em Moçambique.
Alciado Zugunza, especialista em gestão de conflitos no Centro de Estudo e Transformação de Conflitos de Moçambique, entrevistado por Cristiana Soares, analisa os temas que vão estar em debate na cimeira e avançou, ainda, que a cooperação e o acordo ortográfico também vão merecer atenção dos dirigentes políticos.
Alciado Zugunza, especialista em gestão de conflitos no Centro de estudo e transformação de conflitos de Moçambique
Na tarde desta quarta-feira, foi apresentada a versão em Língua Portuguesa da edição 2012 do relatório sobre perspectivas económicas para África, um documento elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Durante a apresentação, na qual participava o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, bem como o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Eduardo Koloma, foi colocada em destaque a problemática do emprego entre os jovens em África.
Segundo os oradores, apesar da população do continente ser bastante jovem, é a mais flagelada pelo desemprego. Para tal contribuem diversos factores, entre os quais, um sistema educativo que ainda não está adaptado às necessidades do mercado de trabalho, bem como o factor "risco" que é um travão para a criação de oportunidades.
Na óptica da OCDE bem como do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) há sinais encorajadores para o continente, designadamente para África Lusófona, todavia ainda há muito caminho a percorrer. Uma maior cooperação dentro do espaço lusófono foi apontada como uma das pistas a seguir.
Domingos Simões Pereira, secretário executivo da CPLP, ao microfone de Liliana Henriques, reagiu ao relatório da OCDE.
Domingos Simões Pereira, secretário executivo da CPLP
Quem também está em solo moçambicano para participar neste encontro da CPLP é Raimundo Pereira, Presidente interino deposto da Guiné-Bissau.
Raimundo Pereira, que aproveitou a deslocação para encetar conversações com as autoridades de Maputo. O chefe de Estado deposto com o golpe de 12 de Abril encontrou-se, esta terça-feira, com o Presidente de Moçambique, Armando Guebuza.
Durante o encontro Raimundo Pereira mostrou-se confiante no papel da CPLP na pacificação da situação política militar no seu país.
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
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