Reacção da Guiné-Bissau e Cabo Verde à extradição de Bubo Na Tchuto para os EUA
A detenção e extradição do contra-almirante Bubo Na Tchuto para os EUA, para responder por tráfico de droga, não deixou de provocar, nesta sexta-feira, algumas reacções por parte das autoridades caboverdianas e guineenses.
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Na Guiné-Bissau o governo afirmou que teve conhecimento da detenção de Bubo Na Tchuto através da imprensa internacional, porém ressalvou que o antigo chefe do estado-maior da armada da Guiné-Bissau terá todo o apoio do Estado guineense.
As afirmações foram feitas pelo porta-voz do Governo e ministro da Presidência, Fernando Vaz, que adiantou que o executivo vai pedir informações às autoridades americanas sobre a detenção de Bubo Na Tchuto, e só depois irá apresentar a sua posição.
O ministro da Presidência afirmou ainda que existe uma forte campanha para destabilizar o país, uma campanha que está a ser conduzida por pessoas que não gostam da Guiné-Bissau, e que o Ministério Público vai averiguar os boatos sobre existência de uma certa instabilidade no país.
Quanto ao encerramento temporário da Representação Diplomática dos EUA em Bissau, Fernando Vaz referiu que o governo desconhece que este encerramento esteja ligado com a detenção de Bubo na Tchuto.
O nosso correspondente em Bissau, Mussá Baldé, dá-nos os pormenores.
Correspondência Guiné-Bissau
Ainda sobre a detenção e extradição para os EUA do contra- almirante Bubo Na Tchuto, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, disse que se trata de um caso de polícia, tendo acrescentado que se tratou de operaçãos de agentes norte-americanos e que a passagem por Cabo Verde foi apenas para fazer escala.
José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde
Recorde-se que Bubo Na Tchuto foi preso por agentes anti-narcóticos norte-americanos, num barco ao largo da costa ocidental africana, juntamente com quatro outros homens, na terça-feira. Mas só na madrugada de quinta para sexta-feira é que foi dada a conhecer a operação, quando o ex-comandante da Marinha já tinha sido extraditado para os EUA.
Já José Ramos Horta, representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, alegou ser triste que um veterano da luta termine numa prisão americana por tráfico de droga, deixando o alerta para que o caso sirva de reflexão a políticos e militares.
José Ramos HORTA, representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau
Sobre a detenção de Bubo Na Tchuto:
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