Nove brigadas eleitorais instaladas na região da Gorongosa
O Governo moçambicano e a Renamo chegaram ao acordo para recensear a população residente na Gorongosa, zona que tem estado inacessíveis por causa dos confrontos militares entre as Forças de Defesa e Segurança. A Comissão Nacional de Eleições confirmou, hoje, o envio de nove brigadas de recenseamento eleitoral nessa região.
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Os órgãos eleitorais moçambicanos confirmaram a instalação de nove brigadas de recenseamento eleitoral na região da Gorongosa, no centro do país onde até ao momento o processo ainda não tinha arrancado por causa dos conflitos armados entre as tropas governamentais e homens armados da Renamo.
"As negociações estão a decorrer neste momento entre o partido Renamo e o Governo de Moçambique. É com base nessas negociações que nós recebemos garantias de que as nossas brigadas poderiam entrar naquela zona e trabalhar em segurança", disse o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Paulo Cuinica, ouvido pelo nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa.
Correspondência Moçambique, Orfeu Lisboa
No entanto, Paulo Cuinica, o porta-voz da CNE nega a existência de uma brigada especifica para recensear o líder do principal partido da oposição "disponibilizamos brigadas para fazer um recenseamento da população que se encontra naquela região, portanto todo o cidadão que comparecer às brigadas será recenseado". Afonso Dhlakama que, presumivelmente, se encontrará nesta região do centro do Moçambique.
A última ronda de negociações entre o Governo e a Renamo ficou marcada pelas acusações apontadas ao maior partido da oposição de moçambique de querer partidarizar as forças de defesa e segurança a seu favor, face às exigências de paridade e equilíbrio nestes sectores.
Ministro do interior do "governo sombra" da Renamo, Raíl Khan, afirma que a Renamo solicita o cumprimento do acordo geral de paz e que Afonso Dhlakama se vai recensear se forem criadas as devidas condições de segurança, uma vez que "nesta altura estamos a enfrentar uma guerra civil. Há pessoas que, ainda esta semana, morreram em prol deste país", disse Raíl Khan.
Ministro do interior do "governo sombra", Rail Khan
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