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Angola

Liberdade de imprensa censurada em Angola e utopia em Bissau

Neste dia mundial da Liberdade de imprensa, o ano de 2013, foi o ano mais negro da última década, sabendo que apenas uma em sete pessoas, tem acesso a uma imprensa, livre neste nosso planeta.

Jean-François Julliard, Secretário-Geral dos Repórteres Sem Fronteiras nos estúdios da RFI.
Jean-François Julliard, Secretário-Geral dos Repórteres Sem Fronteiras nos estúdios da RFI. ©S.Bonijol/RFI
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Todos os anos, a 3 de maio, assinala-se o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, altura para se fazer o balanço das actividades dos jornalistas e dos meios de comunicação social, um pouco por todo o mundo, designadamente com a publicação dos relatórios das associações e organizações mundiais, que defendem a profissão, como a Freedom House e Repórteres Sem Fronteiras.

 

O balanço de 2013 é globalmente negativo, já que foi o ano mais negro dos últimos 10 anos, com o Egipto, a Turquia, mas também os Estados Unidos, a China e a Ucrânia, entre os países que registaram maiores perdas de liberdade de imprensa.

 

Em relação aos países lusófonos, a jovem república de Cabo Verde, ficou em primeiro lugar, na Lista da Associação francesa, Repórteres Sem Fronteiras, que a colocou no 24° lugar, num total de 180 países, e em segundo lugar, na quadragésima nona posição, depois de Portugal, que a lista do Freedom House, pôs  em vigésimo segundo lugar, num total de 179 países em todo o mundo.

 

Assim, na lista de um total de 180 países da Associação francesa Repórteres Sem Fronteiras, Portugal, ocupa o trigésimo lugar, Timor Leste vem em septuagésima sétima posição, seguido de Moçambique, em septuagésimo nono lugar, Guiné Bissau em octagésimo sexto lugar, Brasil, em centésimo décimo primeiro lugar e Angola, em derradeira posição, com o número 124. A França, vem em trigésima nona posição.

 

Por seu lado, a organização americana, Freedom House, na sua lista de 179 países, coloca Portugal, em 30° lugar, seguido de Cabo Verde, em 49° lugar, S. Tomé e Príncipe, vem em  28° lugar, seguido de Timor-Leste em trigésimo quinto lugar, Moçambique, quadragésimo quinto lugar, Guiné Bissau, em 67° lugar e por fim, Angola 69° lugar.

 

Ouvimos reacções de jornalistas dos dois países lusófonos com piores posições, Guiné Bissau e Angola. Em entrevista à RFI, a Presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Luíza Rogério, reagiu ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, dizendo que em Angola, "há censura tanto do poder político, como do poder económico, e que os jornalistas enfrentam cada vez mais problemas de saúde ligados a doenças nervosas e cardíacas".

 

01:17

Luíza Rogério, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos

  

Já na Guiné Bissau, oPresidente do Sindicato dos Jornalistas Guineenses, Mamadu Candé, disse que "a Liberdade de Imprensa, é uma utopia no seu país, onde a situação da imprensa piorou, depois do último golpe de estado.

 

01:22

Mamadu Candé, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Guineenses

 

De notar enfim, que em Cabo Verde, o melhor país lusófono classificado, nas duas Organizações americana e francesa de defesa dos Jornalistas, a Presidente do Sindicatos dos Jornalistas Caboverdianos, AJOC, Carla Lima, declarou que "a liberdade de imprensa é uma conquista diária, porque é um desafio que passa pela qualidade da informação produzida pelos jornalistas."

 

Este Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, foi assinalado, em Cabo Verde, por uma conferência sobre  “Pluralismo e concentração dos media”, que contou com comunicações do jornalista português, Joaquim Letria, que sublinhou, que  "a concentração dos meios de comunicação social é perigosa, não só do ponto de vista ideológico e da comunicação”, e do jornalista caboverdiano, Carlos Santos, que denunciou o facto do "Estado em Cabo Verde ser o dono da maior concentração mediática”.

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