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Sao Tomé e Príncipe / Cabo Verde

Cabo-verdianos em situação "indigna e degradante" em São Tomé e Príncipe

Conclusão dos investigadores Nardi Sousa e Elias Moniz, da Universidade de Santiago, em Cabo Verde, que apresentaram hoje (9/09) os resultados de uma pesquisa, sobre a situação dos emigrantes cabo-verdianos e seus descendentes radicados em São Tomé e Príncipe. 

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O trabalho intitula-se "Direitos e cidadania dos emigrantes em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe: um estudo comparado 1992/2014" e os dois investigadores visitaram São Tomé e Príncipe, para se inteirarem da situação em que lá vivem os cabo-verdianos e seus descententes, cuja situação de precaridade tem vindo a ser denunciada há muito.

Os investigadores concluem que a experiência migratória mais complicada e menos bem sucedida da história de Cabo Verde é a de São Tomé e Príncipe" e Nardi Sousa acusa "não se fez o suficiente, para trazer a questão dos cabo-verdianos e seus descendentes em São Tomé, duma forma tão substancial e permanente na agenda pública e científica de Cabo Verde" e denuncia "a comunidade cabo-verdiana em São tomé e Príncipe não tem rendimentos para viver dignamente...vive uma vida degradante, que põe em causa alguns preceitos dos Direitos Humanos".

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Odair Santos, correspondente em Cabo Verde

A dura realidade dos cabo-verdianos "emigrantes" em São Tomé e Príncipe, foi sintetizada em várias canções emblemáticas do repertório cabo-verdiano, de "Sodade" "E nos ki imbarca pá São Tomé, injuriado marado pé..." composição de Orlando Pantera, imortalisada pelos Tubarões na voz de Ildo Lobo e tantas outras.

Angolanos, moçambicanos, mas sobretudo cabo-verdianos foram forçados a emigrar para trabalhar nas roças de São Tomé e Príncipe, eram os contratados - e esta foi a maneira de Portugal contornar o fim da escravatura, continuando a fazê-lo sob esta capa.

Mais tarde devido às secas cíclicas que Cabo Verde atravessou, milhares de cabo-verdianos emigraram para escapar à fome e à miséria. Entre 1922 e 1971 estima-se que cerca de 12 mil cabo-verdianos partiram para São Tomé e Príncipe.

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