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Política/Burundi

Nove pessoas assassinadas num bar de Bujumbura

Persiste a tensão política no Burundi,onde as autoridades tentam desarmar opositores ao regime de Bujumbura susceptíveis de estar na posse de armas.As operações de desarmamento têm desencadeado uma vaga de violência no decurso da  qual  morreram várias pessoas em bairros da capital do Burundi. A morte de nove pessoas  neste domingo, num bairro do sul de Bujumbura onde os habitantes são desfavoráveis ao governo,leva a comunidade internacional a recear uma escalada dos recontros entre membros das duas principais componentes étnicas do país, os hutus e os tutsis. 

O presidente Nkurunziza  no dia  20 de Agosto de  2015, por ocasião da tomada de posse do seu novo governo.
O presidente Nkurunziza no dia 20 de Agosto de 2015, por ocasião da tomada de posse do seu novo governo. AFP PHOTO / LANDRY NSHIMIYE
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 Uma conjuntura tensa caracteriza a situação no Burundi, onde neste domingo, nove pessoas residindo num bairro do sul de Bujumbura, foram abatidas num  bar , algumas horas antes do início das operações de desarmamento compulsivo, encetado pelas autoridades burundesas. A comunidade internacional receia que esta nova vaga de violência degenere em confrontos entre os dois principais grupos étnicos do Burundi, os hutus e os tutsis.

 Segundo o presidente da Câmara de Bujumbura, Freddy Mbonimpa, as forças de polícia cercaram nesta manhã de domingo o bairro contestário de Mutakura, no norte da capital burundesa para revistar as casas e recuperar as armas eventualmente escondidas por habitantes.

  Apavorados com o cerco, os habitantes do bairro Mutakura fugiram das suas casas. Situação idêntica verificou-se em Cibitoke, também no norte de Bujumbura. Rumores de possíveis ataques por parte da polícia e dos Imbonerakure( milícia formada por jovens ligados ao partido no poder) fizeram, segundo um analista local, com que as populações de Mutakura e Cibitoke abandonassem as suas casas com medo de morrer.

 O presidente Pierre Nkurunziza tinha lançado um ultimatum, para que os seus opositores se rendessem e entregassem as armas, até sábado à noite.

No vizinho Ruanda , o seu homólogo, Paul Kagamé, criticou o governo do Burundi pela série de mortes, declarando , que a actual violência faz-lhe lembrar os horrores do genocídio de 1994 no seu país, que resultou na morte de pelo menos 800,000 pessoas, na sua maioria tutsis, executadas por milícias de extremistas hutus.

 Muitos opositores e activistas da sociedade civil burundesa, bem como dissidentes do partido de Pierre Nkurunziza no poder, estão actualmente refugiados em Kigali. No passado mês de Maio, o chefe de Estado do Burundi foi alvo de uma tentativa de golpe militar abortada. Algumas das figuras envolvidas no golpe residem agora na capital ruandesa.

 

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