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Exploração espacial

Nasa lança foguete em busca de vida em Marte

A agência espacial americana lançou neste sábado o maior e mais avançado veículo robótico já construído para explorar Marte, em uma missão para identificar os locais onde pode ter existido ou ainda haver vida no Planeta Vermelho. O foguete Atlas V, levando consigo o explorador espacial americano Curiosity, decolou da base americana no Cabo Canaveral para uma viagem de quase nove meses no planeta.

Foguete Atlas V abriga o robô Curiosity, o mais avançado para a exploração espacial de Marte.
Foguete Atlas V abriga o robô Curiosity, o mais avançado para a exploração espacial de Marte. REUTERS/Michael Brown
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O foguete robotizado é o maior já construído e foi projetado pelo Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês) da Nasa, a um custo de 2,5 bilhões de dólares. A nave deixou o Cabo Canaveral, na Flórida, às 15h02 GMT (13h02 de Brasília).

"É o veículo sonhado por um cientista que estuda Marte", declarou aos repórteres Ashwin Vasavada, responsável científica adjunta do projeto MSL do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa."Este é o dispositivo de exploração científica mais competente que já enviamos ao espaço. Estamos muito entusiasmados", acrescentou.

O Curiosity tem por objetivo fornecer aos cientistas informações detalhadas sobre a formação das rochas na superfície de Marte e pistas sobre se existiu vida no planeta mais próximo da Terra. Para fazer isso, o aparelho - do tamanho de um veículo utilitário, equipado com um braço robótico - conta com um perfurador e uma série de 10 instrumentos científicos que incluem duas câmeras de vídeo a cores, um raio laser capaz de destruir rochas e uma caixa de ferramentas para analisar seus conteúdos. Se tudo ocorrer como planejado, o Curiosity voltará à Terra no dia 5 de agosto de 2012 e será capaz de enviar informações aos cientistas sobre suas descobertas, sem trazer fisicamente as amostras de rocha à Terra.

A exploração de Marte por parte da Nasa começou em 1976, com a aterrissagem do veículo espacial Vikking e continuou, mais recentemente, com os veículos robóticos Spirit e Opportunity, que começaram a percorrer a superfície marciana em 2004. O Spirit deixou de funcionar no ano passado, enquanto o Opportunity ainda está em operações.

Missão humana em vista

A Nasa vê o Curiosity como um ponto médio no longo caminho de exploração do planeta, que pode culminar com uma missão de exploração humana em 2030. Qualquer pista que o Curiosity possa enviar sobre a habitabilidade do planeta situado em quarto lugar de distância do Sol e sobre os níveis de radiação que existem ali será de importância vital para a Nasa e para as futuras missões de exploração.

O local onde o veículo pousará será a cratera de Gale, perto do equador marciano, escolhida porque contém cinco quilômetros de altas montanhas e porque, acredita-se, abriga camadas baixas de sedimentos e de argila que poderiam ter contido água e, portanto, vida.

"Estamos, basicamente, lendo a história da evolução ambiental em Marte", disse John Grotzinger, responsável pelo projeto do Laboratório Científico de Marte no Instituto de Tecnologia da Califórnia (sudoeste).
"Começamos do fundo, onde estão as argilas, depois passamos aos sulfatos, chegamos até o alto da terra e obtivemos rochas que acreditamos serem formadas em ambientes onde, principalmente, não há água, e que representam a fase mais seca e recente de Marte", disse.

A própria cratera apresenta uma pequena elevação, o que faz os cientistas pensarem que, se a água chegou ao fundo de Marte, é possível que seja encontrada ali e que tenha deixado para trás indícios de vida, como ocorre na Terra.

Mas antes, o Curiosity terá que viajar os 570 milhões de quilômetros que o separam de Marte, chegar intacto e sobreviver a uma complexa aterrissagem com a ajuda de foguetes. No total, o projeto deve durar dois anos terrestres, ou um marciano, mas a Nasa espera que, como ocorreu com seus veículos anteriores, o Curiosity ultrapassará a vida útil programada.
 

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