Missão de emergência da Unasul vai ao Paraguai discutir crise

A Unasul (União de Nações da América do Sul) vai enviar uma missão ministerial de emergência em direção ao Paraguai, que enfrenta grave crise política. A Câmara dos Deputados aprovou um pedido de impeachment contra o presidente paraguaio, Fernando Lugo. Um grupo de chanceleres sul-americanos presentes na Rio+20 deixa o Brasil na noite desta quinta-feira em direção a Assunção.

Uma operação policial de desocupação virou matança no Paraguai, no último dia 15 de junho. REUTERS/Evelio Rodriguez

O anúncio foi feito pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada durante reunião de última hora dos presidentes do bloco presentes na RIO+20, diante da aprovação pela Câmara dos Deputados do Paraguai de um processo de impeachment contra o presidente Fernando Lugo, acusado de ter desempenhado mal suas funções após matança de 17 pessoas em uma desocupação de terras há uma semana. Lugo chegou a desmentir que tinha renunciado e afirmou que vai enfrentar o impeachment.

A crise começou na última sexta-feira, em uma polêmica desocupação de terras pertencentes a um rico oponente de Lugo, a 250 km a nordeste da capital Assunção. O choque entre 300 policiais e 150 camponeses levou à matança. A reação de Lugo de promover mudanças no gabinete levou ao pedido de impeachment.

Para tentar aplacar a crise, na quarta-feira, Lugo anunciou a formação de um grupo especial de “civis notáveis”, com apoio da Organização dos Estados Americanos, para investigar o ocorrido. O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, fez apelo a um diálogo pela “manutenção da paz interna” no Paraguai.

Participaram do encontro no Rio os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Chile, Sebastian Piñera, da Bolívia, Evo Morales, do Uruguai, José Mujica, e do Equador, Rafael Correa.