Romancista americano Gore Vidal morre aos 86 anos em Hollywood

O romancista americano Gore Vidal, autor de célebres obras como “Lincoln” e “Myra Breckenridge”, morreu nesta terça-feira devido a uma pneumonia, aos 86 anos, em Hollywood. Menos conhecido no exterior que Truman Capote ou Norman Mailer, ele é considerado um gigante da literatura americana.

O escritor Gore Vidal durante entrega de prêmio em Los Angeles, em foto de 2005. REUTERS/Mario Anzuoni/Files

Ao, todo Vidal escreveu 25 romances, além de numerosos ensaios, peças de teatro para a Broadway e roteiros para a televisão. Uma das principais características de suas obras eram suas opiniões políticas provocantes, além de uma afinada cultura.

Como inspiração, o romancista utilizava a história e a vida política dos Estados Unidos, interesse que ia além de suas obras. Vidal tentou, sem sucesso, candidatar-se duas vezes pelo Partido Democrata, em 1960 e 1982, mas nunca foi eleito. Já seu pai trabalhou para o governo do presidente Theodore Roosevelt e seu avó foi senador.

Ainda que o destino não lhe tenha permitido seguir carreira política, Vidal participava frequentemente de debates políticos. Hostil a qualquer intervenção dos Estados Unidos no estrangeiro, emitia opiniões escandalosas, como a condenação da participação do país na Segunda Guerra Mundial. Devido a sua postura,  chegou a sofrer perseguições nos anos 50 por parte dos conservadores liderados pelo senador McCarthy.

A idade não cansou a postura cáustica do escritor. Aos 81 anos, suas críticas contra ex-presidente George Bush ecoaram pelo país. Para Vidal, o ex-líder só foi eleito devido a uma fraude eleitoral. Ele também apontou Bush de agitar a ameaça terrorista depois dos atentados de 11 de setembro.