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Estados Unidos/Líbia

Hillary isenta Obama de responsabilidade em atentado na Líbia

Na véspera do debate entre o presidente Barack Obama e seu adversário republicano Mitt Romney, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou em Lima que assume a responsabilidade pelas falhas na segurança que permitiram o ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi no mês passado. Inicialmente, os Estados Unidos disseram que o ataque havia sido espontâneo, mas depois admitiram que havia sido organizado possivelmente pelo grupo terrorista Al-Qaeda do Norte da África (Aqmi).

A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, concedeu entrevista nesta segunda-feira em Lima, no Peru.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, concedeu entrevista nesta segunda-feira em Lima, no Peru. REUTERS/Jorge Luis Baca
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Em duas entrevistas concedidas na noite dessa segunda-feira em Lima aos canais de TV americanos CNN e Fox News, Hillary quis sobretudo proteger Obama e o vice Joe Biden dos ataques do campo republicano na véspera do debate crucial para a campanha democrata. "Eu assumo a responsabilidade na gestão do ataque ocorrido no dia 11 de setembro que provocou a morte do embaixador Christopher Stevens", declarou Hillary. "O Departamento de Estado emprega 60 mil pessoas no mundo, em 275 postos diplomáticos e consulares e tanto o presidente quanto o vice-presidente não têm conhecimento das decisões tomadas pelos profissionais da área de segurança", afirmou a secretária. Ela admitiu querer evitar uma armadilha política do rival de Obama na reta final da campanha presidencial. 

A administração democrata recebeu sinal verde do Congresso para empenhar uma verba de US$ 8 milhões destinada a ajudar a Líbia a criar uma unidade de elite para combater grupos extremistas, informa o jornal New York Times nesta terça-feira. Os recursos para o treinamento dessa força líbia de 500 soldados serão retirados do orçamento do Pentágono para operações no Paquistão.

Repercussão na campanha eleitoral 

O "dossiê Benghazi" ganhou projeção na opinião pública americana com a proximidade da eleição. O republicano Romney aponta erros do governo democrata em matéria de inteligência e segurança dos interesses americanos. O senador republicano John McCain, que desafiou Obama em 2008, saudou o gesto de lealdade de Hillary, "sobretudo quando a Casa Branca tenta escapar de sua responsabilidade". McCain lembrou, no entanto, que "a segurança dos americanos no exterior é em última instância uma responsabilidade do comandante chefe do Estado".

Ainda não se sabe o efeito que as declarações de Clinton terão nessa reta final da corrida à Casa Branca. Mas, a menos de um mês da votação, as últimas pesquisas de opinião mostram uma vitória bastante apertada para o presidente Barack Obama.

Pesquisa do Washington Post/ABC News dá 49% para Obama e 46% para Romney. Já a pesquisa diária Gallup dessa segunda-feira aponta dois pontos de vantagem para o republicano (49% contra 47% para Obama), uma diferença estatística pouco significativa e próxima de um empate técnico. Por outro lado, o democrata aparece na liderança em nove estados considerados cruciais na votação de 6 de novembro.

Na corrida pela arrecadação de doações para campanha, Obama levou uma pequena vantagem em setembro e levantou US$ 181 milhões. Romney conseguiu US$ 170 milhões.

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