Argentina e Uruguai enviam pele para tratar vítimas da tragédia de Santa Maria

Argentina e Uruguai preparam os últimos detalhes para ajudar as vítimas de queimaduras graves da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria. Como Estados vizinhos do Rio Grande do Sul, os dois países vivem a comoção em Santa Maria de perto e colocaram seus bancos de pele à disposição dos brasileiros. 

Ferida sendo transferida do hospital de Santa Maria para Porto Alegre. REUTERS/Ricardo Moraes

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A coordenadora de transplantes do Rio Grande do Sul, Rosana Reis Nothen, pediu aos países da região a ajuda possível no que se refere a pele e a membrana aminiótica para os tratamentos das queimaduras. A Argentina foi o primeiro país em anunciar contribuição. Os argentinos têm experiência nesse tipo de tratamento desde a tragédia de 30 de dezembro de 2004, na discoteca Cromañón, quando 194 jovens morreram e 375 ficaram feridos devido a um parecido com o ocorrido agora no Brasil.

O ministro da Saúde argentino, Juan Manzur, recebeu o pedido das autoridades sanitárias brasileiras. A quantidade de pele a ser enviada pelo país não foi especificada, mas o banco de peles do Hospital Garrahan em Buenos Aires foi colocado à disposição. "Embora a pele não seja necessária num primeiro momento da intervenção médica, vamos dispor da logística para enviá-la o mais breve possível", explicou Carlos Soratti, diretor do Incucai, o instituto argentino coordenador de implantes.

O Instituto Nacional de Doação e de Transplante do Uruguai também está com 2.400 cm² de pele humana e com 6.000 cm² de membrana aminiótica prontas para serem doadas. Rica em nutrientes, essa membrana atua como regeneradora dos tecidos danificados. A oferta de ajuda de Montevidéu foi feita pelo ministro da Saúde uruguaio, Jorge Venegas, quem manifestou ao ser par brasileiro, Alexandre Padilha, a consternação do Governo do presidente José Mujica.