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Brasil/Estados Unidos

Brasil não pretende estudar pedido de asilo de Snowden

O embaixador Tovar da Silva Nunes confirmou que o Brasil recebeu um pedido de asilo político do ex-agente americano Edward Snowden. De acordo com o porta-voz do ministério de Relações Exteriores, o Brasil não pretende responder ao pedido. Snowden, que se encontra há oito dias em uma área de trânsito do aeroporto de Moscou, pediu asilo político a 21 países e já recebeu várias respostas negativas.

O ex-agente da CIA indiciado por espionagem nos Estados Unidos Edward Snowden.
O ex-agente da CIA indiciado por espionagem nos Estados Unidos Edward Snowden. REUTERS/Glenn Greenwald
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Ainda de acordo com o Itamaraty, o pedido de asilo foi feito à embaixada brasileira em Moscou. Áustria e Espanha confirmaram terem sido solicitadas por intermédio de suas embaixadas na capital russa, assim como Noruega e Finlândia, mas vários países afirmam que a demanda do ex-agente da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana não está em conformidade com a legislação. Na maior parte dos casos, o pedido de asilo político deve ser encaminhado pelo requerente quando ele já se encontra no país onde deseja se exilar.

Polônia e Índia informaram ter rejeitado o pedido de asilo de Snowden. França e Islândia discutem a possibilidade internamente.

O presidente boliviano, Evo Morales, atualmente em visita a Moscou para participar de uma conferência de países exportadores de gás, disse hoje estar disposto a analisar um pedido de asilo de Snowden, acrescentando que o país ainda não foi solicitado. Morales qualificou de "preocupante" a situação de Snowden e de Julian Assange, o australiano fundador do WikiLeaks, refugiado há vários meses na embaixada do Equador em Londres.

Hoje, Snowden retirou o pedido apresentado à Rússia, informou o Kremlim. O americano não aceitou as condições impostas pelo presidente Vladimir Putin, que exigia que ele parasse de divulgar informações confidenciais de Washington se quisesse ficar na Rússia. O técnico de segurança digital prometeu ontem fazer novas revelações. Ele se sente perseguido pela administração Obama, que o indiciou por espionagem e cancelou seu passaporte americano.

A denúncia mais recente do ex-espião, sobre a escuta telefônica de diplomatas e líderes europeus, deixou os aliados irritados e pode levar a União Europeia a suspender as negociações do acordo de livre comércio com os Estados Unidos marcadas para começar neste mês.

Vários governos europeus estão indignados e disseram que o susposto caso de espionagem é uma reminiscência da Guerra Fria. O presidente francês, François Hollande, ressaltou que “este tipo de comportamento não deve ser admitido entre parceiros e aliados.” Ele defendeu que os europeus tomem uma posição coordenada e comum em relação às explicações que exigem dos Estados Unidos.

A Comissão Europeia afirmou estar aguardando uma resposta clara e transparente de Washington. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse estar profundamente preocupado e também exigiu o imediato esclarecimento destas alegações pelas autoridades norte-americanas.

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