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Colômbia/Farc/Grampo

'Forças obscuras' tentam sabotar paz com as Farc, diz presidente colombiano

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que "forças obscuras" buscam "sabotar" o processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. A revista colombiana Semana denunciou a existência de supostos grampos ilegais na equipe negociadora do governo, nos diálogos de paz com as Farc, que acontecem em Havana. O escândalo levou à substituição, nesta terça-feira (4), de dois chefes de Inteligência do Exército.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. REUTERS/Andres Piscov/Presidencia de Colombia
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O presidente colombiano declarou que "a informação de que estavam fazendo inteligência com funcionários do Estado, especificamente os negociadores de paz em Havana, é totalmente inaceitável". Segundo a revista Semana, os grampos teriam sido instalados em 2012. Santos disse ter instruído o Ministério da Defesa a investigar "a fundo" as denúncias, para determinar o alcance da sabotagem.

Um líder da guerrilha que pediu para não ser identificado disse à AFP que já "sabia da espionagem". "A novidade é que um setor dos serviços de inteligência espiona o presidente da República", disse o dirigente das Farc. "Este setor é ligado ao clã de Uribe", acrescentou, referindo-se ao ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010), que condena o processo de paz negociado em Cuba. Pessoas próximas de Uribe negam categoricamente que ele esteja envolvido no escândalo.

O caso já está sob investigação da Procuradoria, que há dez dias apreendeu equipamentos de computação em uma busca feita em Bogotá, confirmou nesta terça-feira uma fonte dessa entidade.

"É obrigação do Estado fazer inteligência lícita contra inimigos do Estado, como o terrorismo, as (guerrilhas) Farc, o Exército de Libertação Nacional (ELN), o narcotráfico, os sequestradores ou o crime organizado. Além disso, é necessário", disse Santos. "O que não é aceitável sob nenhum ponto de vista é que a inteligência se faça contra cidadãos legítimos, comuns, contra os opositores políticos e muito menos contra os funcionários do próprio Estado", acrescentou.

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