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Colômbia/Legislativas

Resultado de eleições colombianas ameaçam negociações com FARC

Nas eleições deste domingo, os colombianos estreitaram a maioria do presidente Juan Manuel Santos no Legislativo e relançaram o ex-presidente conservador Alvaro Uribe à liderança da oposição. A votação marcada por uma abstenção de 60% pode redesenhar o panorama das negociações de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que acontecem em Havana, Cuba, há 16 meses.

O ex-presidente colombiano Alvaro Uribe, em Medellin
O ex-presidente colombiano Alvaro Uribe, em Medellin AFP/Raul Arboleda
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A coalizão governista de centro-direita obteve 47 das 102 cadeiras do Senado, contra 20 da lista de Uribe, principal detrator do processo de paz. Na Câmara, a vitória do governo foi mais expressiva: 91 das 163 cadeiras, contra 12 para os "Uribistas". Apesar do recuo na maioria, Santos disse que o resultado das eleições "foi um sinal importante para o país e para todo o mundo, de que a imensa maioria quer a paz". Ele ainda felicitou Uribe pelo resultado e disse esperar que os grupos possam deixar "rancores de lado e trabalhar pelo país".

Negociações ameaçadas
O Congresso bicameral terá a tarefa de validar um eventual acordo ao fim das negociações de Havana e o ponto mais polêmico deverá ser uma eventual anistia e participação das Farc na vida política do país. Essa tarefa fica agora mais complicada, já que Uribe se notabilizou pela linha-dura no combate à guerrilha, quando esteve no governo, de 2002 a 2010.

Em sua primeira declaração depois das Legislativas, ele deixou claro que não mudou de posição: "Nós votamos contra o castro-chavismo que alguns querem trazer, que o governo favorece e que outros preferem combater", afirmou cercado de partidários em Medellín. "Hoje, nasce o (partido) Centro Democrático, por um país que não hesita diante do terrorismo". Ele disse ainda que o perdão só é possível se não houver impunidade.

O conflito colombiano, mais antigo da América Latina, causou a morte de centenas de milhares de pessoas, além de desabrigar 4,5 milhões em 50 anos.

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