Para Obama, divisão política no Iraque favoreceu avanço dos jihadistas

Na Casa Branca, em Washington, o presidente norte-americano Barack Obama declarou nesta sexta-feira (13) que não vai enviar tropas ao Iraque para combater o avanço extraordinário dos jihadistas que, em alguns dias, tomaram o controle do norte do país e agora se aproximam da capital Bagdá. No entanto, Obama não descarta estudar novas possibilidades e encorajou sunitas moderados e xiitas a retomarem o diálogo.  

Presidente Barack Obama na Casa Branca, fez declarações sobre a crise no Iraque neste 13 de junho de 2014. Reuters/Kevin Lamarque

O último soldado americano deixou o Iraque em dezembro de 2011, depois de oito anos de engajamento militar. O presidente Obama relembrou os sacrifícios imensos das tropas americanas no país, avisando que não se deve esperar uma ação  "do dia para a noite" e que o processo de decisão e planejamento de uma eventual operação levará vários dias. Os combatentes jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante são fortemente armados e estão decididos para fundar um Estado na fronteira do Iraque com a Síria.

Esforço político

Obama também ressaltou a importância do diálogo, observando que sem um esforço político toda ação militar está destinada ao fracasso. "Infelizmente, os dirigentes iraquianos foram incapazes de superar sua desconfiança e diferenças e isso acabou tornando vulneráveis o governo e as forças de segurança", afirmou. Um verdadeiro diálogo entre líderes moderados sunitas e xiitas é o que sugere o presidente americano.

Os jihadistas controlam Nínive, importância província petrolífera. Para Obama, ainda não há motivo de se alarmar, mas se eles se apossarem de outras grandes refinarias, a situação pode se tornar preocupante, reconheceu o presidente.

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, afirmou que as forças de segurança "haviam começado a limpar certas cidades dos terroristas".