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República Dominicana/Pedofilia

Em decisão inédita, Vaticano condena "embaixador do papa" por pedofilia

Acusado de pedofilia, o ex-embaixador do papa na República Dominicana, o polonês Jozef Wesolowski, foi obrigado a deixar o sacerdócio e retornar ao estado laico. Em comunicado, o Vaticano informou que "o julgamento em primeira instância do processo canônico contra o ex-núncio apostólico na República Dominicana terminou recentemente na Congregação pela Doutrina da Fé" e ele foi condenado à "demissão de sua função clerical". Ele tem dois meses para recorrer da decisão.

Papa Francisco, que prometeu tolerância zero com pedófilos, demite embaixador na República Dominicana
Papa Francisco, que prometeu tolerância zero com pedófilos, demite embaixador na República Dominicana REUTERS/Giampiero Sposito
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De acordo com a agência de notícias religiosas I-Media, apesar de bispos terem sido demitidos em casos similares, essa pode ser a primeira vez que um "embaixador do papa" perde a função eclesiástica sob acusações de pedofilia. Jozef Wesolowski, de 65 anos e núncio na República Dominicana desde janeiro de 2008, foi convocado pelo papa Francisco a voltar ao Vaticano em agosto passado, depois de ser acusado de abusar sexualmente de menores.

Por enquanto, ele desfruta uma relativa liberdade de circulação enquanto aguarda que a Congregação da Doutrina da Fé verifique a validade das acusações que pesam sobre ele, informa o comunicado do Vaticano. "Todas as medidas adequadas à gravidade do caso serão, no entanto, aplicadas", termina o texto, transparecendo que ele poderá ser sujeito a penas restritivas de liberdade.

Processo penal

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, explicou que "medidas serão tomadas para que ele resida em um lugar preciso, limitado, sem liberdade de movimento porque trata-se de uma pessoa considerada culpada de um delito grave, que aguarda outro processo judiciário".

Ao fim do processo canônico, Wesolowski, que é cidadão do Vaticano, enfrenta um processo penal diante da Justiça do Estado católico. O julgamento será possível graças a uma série de emendas feitas no ano passado ao código penal da Santa Sé. Em maio, o papa Francisco prometeu tolerância zero para os religiosos envolvidos em casos de pedofilia.

 

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