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Amazon/Estados Unidos

Mais de 900 autores americanos declaram guerra à Amazon

A briga entre o site Amazon e a editora francesa Hachette ganhou um novo capítulo neste fim de semana. Novencentos escritores norte-americanos pedem, em uma carta aberta, que a gigante da internet não crie artifícios que atrapalhem a venda de suas obras. O assunto estampa a capa do jornal Le Monde desta tarde e ocupou duas páginas ontem do New York Times.

Autores americanos se exprimem sobre a batalha entre o site Amazon e  a editora Hachette.
Autores americanos se exprimem sobre a batalha entre o site Amazon e a editora Hachette. Reprodução
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A carta publicada neste domingo no jornal americano é assinada pelos principais autores de best sellers atualmente, como Stephen King, John Grisham e Paul Auster. No documento, os escritores afirmam que nenhum vendedor de livros pode tentar impedir a comercialização das obras ou influenciar o público a deixar de comprar os produtos que desejam. "Não é justo que a Amazon exclua um grupo de autores para realizar uma vingança seletiva”, dizem.

Um dia antes, a empresa de Jeff Bezos, a maior livraria online do mundo, enviou um e-mail a toda a clientela de e-books para que tomassem seu partido na disputa. A Amazon também publicou na internet o e-mail do presidente da Hachette, Michael Pietsch, para que leitores e autores lhe enviassem um pedido de aceitação das condições imposta pelo site.

Em resposta, Pietsch publicou uma carta aos clientes explicando que a Amazon tem o único objetivo de conseguir muitos lucros e abocanhar uma grande parte do mercado, "prejudicando os autores, as livrarias e as editoras”.

No anúncio publicado ontem no New York Times, os autores também revelam o endereço eletrônico de Jeff Bezos e convidam o público a protestar enviando e-mails ao presidente da Amazon.

Conflito comercial

Tudo começou com um conflito comercial entre a editora francesa Hachette e a Amazon. A gigante quer impor uma tarifa de US$ 9,99 (o equivalente a R$ 22,75) na venda de e-books da editora.

A Hachette não protesta somente pelo acréscimo no preço dos livros eletrônicos. A lista de reclamações é grande, mas se foca, principalmente, no aumento do tempo para a entrega dos produtos da editora francesa, a supressão das reservas e das promoções de alguns livros no site da Amazon.

A briga se acirrou quando, em julho, a gigante das vendas online propôs aos escritores publicados pela Hachette que lhe cedessem os direitos autorais das obras em versão eletrônica. A oferta foi recusada e intensamente criticada pela Associação norte-americana de Defesa dos Interesses dos Escritores (Author’s Guild), que estima que a decisão poderia incentivar uma guerra ainda maior entre autores e editoras.

Futuro do e-book

Muito longe da guerra comercial entre a Amazon e a Hachette, o futuro da distribuição do livro eletrônico está em jogo. A companhia de Jeff Bezos já detém 60% deste mercado nos Estados Unidos.

Renunciar a algumas milhares de vendas de e-books não faria nenhuma diferença para a gigante da internet, que lucrou em 2013 US$ 75 bilhões. Para a Hachette, no entanto, o prejuízo seria inestimável.
 

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