Acesso ao principal conteúdo
Estados Unidos/Ferguson

Novas manifestações contra morte de jovem negro tomam ruas de Ferguson

A noite desta terça-feira (25) foi marcada por novos protestos em Ferguson, nos Estados Unidos, contra a decisão da Justiça de não indiciar o policial branco que matou a tiros um jovem negro desarmado em agosto. As autoridades reforçaram a segurança para evitar os tumultos, incêndios e saques registrados na segunda-feira.

Nova onda de violência em Ferguson nos Estados Unidos.
Nova onda de violência em Ferguson nos Estados Unidos. REUTERS/Mario Anzuoni
Publicidade

Raquel Krahenbühl, correspondente da RFI em Washington

Na pequena cidade da periferia de Saint Louis, no estado do Mussuri de 21 mil habitantes, o número de militares foi triplicado. Dois mil e 200 agentes da Guarda Nacional estão mobilizados em Ferguson. Ontem, os protestos também ganharam várias cidades nos Estados Unidos.

Os manifestantes tomaram as ruas dos EUA de costa a costa. Em Ferguson, no Missouri, centenas de pessoas protestaram. Depois de uma segunda-feira de fúria, com carros e departamentos comerciais queimados e depredados, houve um reforço do policiamento. O número de agentes da Guarda Nacional subiu de 700 para 2.200 na noite dessa terça-feira.

Houve protestos em mais de 170 cidades do país, incluindo Los Angeles, Atlanta, Chicago e Boston. Em várias, centenas de manifestantes fecharam ruas e avenidas enquanto marchavam. Em Nova York, chegaram a bloquear brevemente uma entrada para o Túnel Lincoln.

Em Washington, durante todo o dia, manifestantes deitaram -fingindo de mortos- do lado de fora das estações policiais. Alguns traziam no peito os dizeres "Vidas de Negros Importam". Outros entregaram uma carta a um chefe de polícia pedindo melhor supervisão e aplicação da lei.

Problemas em Ferguson atingem toda a nação, diz Obama

O presidente Barack Obama voltou a falar que o problema de Ferguson é "de toda a nação" e que "a frustração que alguns sentem por causa da desconfiança entre as comunidades negras e a polícia é enraizada em algumas duras verdades". Ele prometeu trabalhar para melhorar as relações raciais nos EUA – um país onde a maioria dos policiais são brancos e a maioria dos dententos são negros. Uma estatística do FBI mostrou que, de 2005 a 2012, pelo menos duas vezes por semana um policial branco matou uma pessoa negra.

O policial branco Darren Wilson, que matou o jovem negro Michael Brown em agosto, disse durante sua primeira entrevista desde o tiroteio que tem a consciência limpa porque sabe que fez o seu trabalho. Assim como disse em depoimento ao Grande Júri, ele repetiu que o jovem avançou contra ele e que ele se sentiu ameaçado.

A versão do policial foi apoiada por muitas evidências forenses e autópsias e até por algumas testemunhas. Mas outras disseram que o rapaz teria levantado as mãos e pedido que o polical não atirasse. Michael foi baleado 7 vezes – dois tiros, na cabeça.

Os jurados – 9 brancos e 3 negros - ouviram mais de 70 horas de depoimentos de cerca de 60 testemunhas e analisaram tantas evidências que formaram um documento de mais de mil páginas. Eles concluíram que não havia provas suficientes para apresentar denúncia contra o policial - o que voltou a causar protestos violentos em Ferguson. O presidente Obama condenou os “atos destrutivos” e disse que os criminosos deve ser punidos.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.