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Diplomacia

Brasil e Argentina farão reuniões trimestrais para melhorar relação comercial

Dentro de 10 meses, será eleito um novo presidente argentino no lugar de Cristina Kirchner. E como nada deve mudar até as eleições de outubro, o Brasil quer manter reuniões mais frequentes com a Argentina para, pelo menos, evitar uma piora da situação bilateral. Os encontros também poderão resolver com mais fluidez alguns problemas específicos das empresas brasileiras que sofrem barreiras comerciais e restrições cambiais.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Na sua primeira visita bilateral como ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conseguiu estabelecer uma frequência trimestral de reuniões com o seu colega argentino, Héctor Timerman. "Combinamos de nos reunirmos com frequência. Vamos nos ver a cada três meses e, se for necessário, com mais frequência também", disse Mauro Vieira, ex-embaixador brasileiro em Buenos Aires por seis anos até 2010.

A próxima reunião bilateral será em maio, em Brasília. Antes disso, dentro de aproximadamente 15 dias, os vice-ministros dos dois países na área comercial e econômica vão se reunir para tentar "afinar" alguns temas para que a relação seja mais "fluída", segundo o próprio chanceler argentino, Héctor Timerman.

"A Argentina oferece ao Brasil uma reunião de vice-ministros nas próximas semanas para tratar de problemas econômicos específicos. É preciso afinar alguns assuntos da relação para que seja mais fluída", anunciou Timerman.

Devido à recessão da economia argentina e às restrições aos importados, no ano passado, o Brasil sofreu uma queda de 27% das suas exportações à Argentina, o principal mercado para os produtos manufaturados brasileiros.

Comércio bilateral diminuiu

No geral, com os problemas econômicos argentinos, mas também a estagnação da economia brasileira, o comércio bilateral diminuiu 21,2% no ano passado. Fechou em US$ 28,450 bilhões, valor 30% menor do que nível máximo de US$ 40 bilhões, registrado em 2011. O setor automotivo, representante de mais da metade do comércio bilateral, é o mais afetado com uma queda de 25%.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se com os principais empresários brasileiros na Argentina (Grupo Vicunha, Baterias Moura, Obebrecht, Banco Patagônia, Banco do Brasil e Petrobras) e argentinos (Fiat Argentina, União Industrial Argentina, Câmara de Importadores da República Argentina e Associação de Fábricas de Automotores), além de cinco ministros do governo argentino (Chefia de Gabinete, Relações Exteriores, Economia, Planejamento e Indústria).

Os empresários não falaram sobre problemas específicos, mas os que afetam todos os setores, sem exceção, como as barreiras comerciais e cambiais. Também analisaram as perspectivas de mudança e o futuro da economia a partir de quem suceder Cristina Kirchner.
 

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