Cristina Kirchner é indiciada por suspeita de entrave em investigação de atentado
A presidente argentina, Cristina Kirchner, foi indiciada nesta sexta-feira (13) no caso em que ela é suspeita de ter acobertado a participação de iranianos no atentado a um centro judaico em Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos, em 1994. A decisão foi tomada pelo promotor federal Gerardo Pollicita, que dá continuidade ao trabalho do promotor Alberto Nisman, encontrado morto no dia 18 de janeiro.
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Pollicita estudou as quase 300 páginas de documentos levantados por Nisman, que morreu quatro dias depois de fazer as acusações contra a presidente. Caberá ao juiz encarregado Daniel Rafecas examinar a questão e decidir se vai intimar Cristina Kirchner, que completa 62 anos na próxima quinta-feira, a prestar depoimento, seja em pessoa ou por escrito.
Além da presidente, também foram indiciados o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, o deputado Andrés Larroque e Luis D’Elía, ex-integrante do governo. A informação foi anunciada pelos jornais argentinos Clarín e La Nación.
Defesa
O governo argentino já prepara sua defesa, segundo o Clarín. A procuradora Angelina Abbona poderia publicar ainda nesta sexta-feira um documento atestando que não existem indícios de "ações ilícitas" de membros do governo nas investigações realizadas por Nisman. Mas aparentemente, não é o que pensa a Promotoria.
Nisman acusou Kirchner de ter colaborado com um "projeto criminoso" para garantir a impunidade de iranianos suspeitos do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1994. A presidente teria contado com a ajuda do chanceler Timerman, do deputado Larroque e de D’Elía.
O ex-presidente Carlos Menem, que governou a Argentina de 1989 a 1999, também foi acusado pelo mesmo delito de entrave à justiça.
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