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Colômbia/Farc

Depois de ataque que matou 26 guerrilheiros, Farc suspendem cessar-fogo

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram nesta sexta-feira (22) o fim do cessar-fogo que elas haviam proclamado unilateralmente em dezembro de 2014. A suspensão da trégua é uma resposta a um ataque do exército colombiano que matou ao menos 26 guerrilheiros na quinta-feira.

Soldados carregam corpos de colegas mortos em ataque das Farc; depois de ofensiva, Bogotá suspendeu moratória a bombardeios
Soldados carregam corpos de colegas mortos em ataque das Farc; depois de ofensiva, Bogotá suspendeu moratória a bombardeios REUTERS/Jaime Saldarriaga
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"Lamentamos o ataque feito nas primeiras horas da quinta-feira pela forças aérea e terrestre e pela polícia", declararam os rebeldes em um comunicado. "Não era nossa intenção suspender o cessar-fogo unilateral e indefinido, mas a incoerência do governo (Juan Manuel) Santos a provocou, depois de cinco meses de ofensivas terrestres e aéreas", segue o texto.

No entanto, a principal guerrilha colombiana, que conta com quase 8 mil combatentes nas zonas rurais do país, pediu "a continuidade do diálogo", insistindo na necessidade de um cessar-fogo "bilateral". Mas o governo se recusa a qualquer armistício antes da assinatura de um acordo de paz definitvo.

"A paz é o único caminho contra a barbárie, chega de mortes sem razão", declarou Pastor Alape, um dos dirigentes das Farc. Ele lamentou o fato de que seus homens foram "abatidos sem poder combater, desmembrados por bombas de 250 quilos".

Golpe duro

A ofensiva aconteceu bem no início do dia, na região de Guapi, a 480 quilômetros de Bogotá, no mesmo departamento onde, na metade de abril, uma emboscada das Farc matou 11 soldados colombianos. Depois daquele ataque, Bogotá suspendeu uma moratória sobre os bombardeios contra os rebeldes. Desde então, este é o segundo ataque aéreo contra a guerrilha marxista.

A ofensiva de quinta-feira foi um dos mais duros golpes contra as Farc desde o início das negociações de paz entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e a rebelião marxista, lançadas no fim de 2012 em Havana, Cuba. Além de matar 26 combatentes, o exército feriu dois e confiscou várias armas e munições.

Ação legítima

"É uma ação legítima do Estado pela defesa e proteção de seus cidadãos", declarou Santos, cercado pelo Estado-maior das forças armadas, durante um pronunciamento solene, transmitido ao vivo do palácio presidencial, em Bogotá.

"As operações das forças de ordem contra a subversão não param nem nunca pararão. Essa é a regra do jogo". Apesar do discurso belicista, ele afirmou que é preciso acelerar o processo de paz. Em 50 anos, o conflito já matou mais de 220 mil pessoas.
 

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