Venezuelanos protestam em 48 cidades contra prisões de opositores
Neste sábado (30) em 36 cidades da Venezuela e em 12 no exterior foram realizadas concentrações em prol da liberação de opositores ao governo do presidente Nicolás Maduro. Durante o ato em Caracas, alguns deputados rasparam a cabeça em solidariedade ao prefeito Daniel Ceballos, que há oito dias está em greve de fome em protesto contra a própria prisão, cuja motivação, segundo ele, teria sido política.
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas
Esta semana, Ceballos, que estava na Prisão de Ramo Verde há cerca de um ano, teve a cabeça raspada à força por funcionários de segurança pública, antes de ser levado a uma cadeia comum em outro estado do país. Uma das frases dos manifestantes era “que se caiga el cabello”, em referência à queda do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, uma das autoridades mais fortes do chavismo.
Ao todo na Venezuela dez pessoas estão em greve de fome, entre elas, o dirigente político Leopoldo López. Lilian Tintori, esposa de López, pediu ajuda da presidente Dilma Rousseff para que ela, junto com as presidentes sul-americanas Michelle Bachellet e Cristina Kirchner, se pronunciem sobre a situação da Venezuela. Além dos políticos presos, há também estudantes e nove militares que foram sentenciados sem a apresentação de provas concretas, de acordo com familiares.
Eleições parlamentares
Outro pedido dos manifestantes é o estabelecimento da data definitiva das eleições parlamentares. De acordo com a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, a votação será realizada no último trimestre do ano. A data precisa não está definida.
Estas eleições parlamentares podem alterar a composição de maioria chavista na Assembleia Nacional e são vistas como as mais importantes desde as eleições presidenciais. Para garantir a transparência do pleito, os opositores estão pedindo a observação de autoridades da União Europeia e da Organização de Estados Americanos. Eles exigem que a auditoria se estenda a 80% dos votos, em vez dos 50% tradicionais.
Crise humanitária
De acordo com a deputada deposta Maria Corina Machado, a Venezuela vive atualmente uma crise humanitária. No país, além de produtos de necessidades básicas faltam remédios e produtos médicos primordiais.
De acordo com Lilian Tintori, em breve, será convocado um dia de jejum em todo o país em protesto contra a prisão dos opositores e contra a situação do país.
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