Acesso ao principal conteúdo
UE/ Mercosul

Brasil quer avançar acordo comercial com a UE mesmo sem Argentina

Nas reuniões bilaterais previstas para esta quarta-feira (10) com líderes europeus, a presidente Dilma Rousseff vai pedir para que as propostas para um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul sejam apresentadas em julho. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, declarou que se a Argentina “não quiser aceitar” um compromisso com a UE, “vai ficar para trás”.

Reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos em Bruxelas.
Reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos em Bruxelas. REUTERS/Emmanuel Dunand/Pool
Publicidade

A ministra integra a comitiva brasileira que desembarcou nesta manhã em Bruxelas para a 2a cúpula Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) - União Europeia. Kátia indicou que, em seu discurso na abertura da cúpula, a presidente vai pressionar para que o acordo avance até o fim do ano. As negociações acontecem há mais de 15 anos.

“Não tem jeito: politicamente para ela [presidente argentina Cristina Kirchner], ficar para trás hoje é muito ruim. Seria o ideal aceitar, mas se não quiser aceitar, ou vem ou vai ficar”, afirmou Abreu. “Se eles querem ficar para trás, nós estamos prontos.”

Pela parte dos sul-americanos, Buenos Aires travou o diálogo sobre o acerto por temer que a diminuição das barreiras comerciais prejudique as trocas argentinas com os parceiros regionais. Mas para o Brasil, o progresso nas negociações é uma prioridade, em um momento em que as exportações estão segurando a queda do crescimento econômico e o país quer ampliar os mercados externos.

A troca de propostas do Mercosul e da União Europeia para a formalização do acordo é uma etapa crucial para os próximos passos. A ministra disse que, informalmente, Dilma vai pedir que isso ocorra em julho. Em seu discurso, entretanto, a presidente não deve estabelecer prazos.

“Nós estaremos prontos em julho. Nós queremos entregar em julho”, sublinhou. “Nós estaremos prontos”, insistiu, ao ser questionada se o país estaria disposto a seguir adiante sem a Argentina.

Dilma Rousseff desembarcou em Bruxelas por volta das 6h15. Na chegada ao hotel, disse apenas que fez “uma boa viagem”.

A agenda na capital belga será intensa. O primeiro compromisso oficial é uma reunião bilateral com o primeiro-ministro belga, Charles Michel, ainda pela manhã. À tarde e à noite, ela participa da abertura da cúpula e se encontra com o presidente do Conselho da União Europeia, Donald Tusk, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Bulgária, Rosen Plevneviev. Reuniões com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o premiê britânico, David Cameron, também podem acontecer até amanhã, quando a presidente retorna ao Brasil. Dilma deve chegar a tempo de passar na abertura do congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), em Salvador.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.