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Eleições Brasil

Le Monde lamenta uso de aborto como arma de campanha

Em editorial de primeira página, Le Monde analisa a influência da candidata verde Marina Silva no resultado que levou ao segundo turno no Brasil. Apesar do carisma e da importância da causa verde de Marina, o jornal lamenta que o aborto, grave problema social e de saúde no Brasil, tenha se tornado arma na guerra eleitoral. 

Marina Silva, em entrevista coletiva, no último dia 6 de outubro.
Marina Silva, em entrevista coletiva, no último dia 6 de outubro. Reuters
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«No Brasil, a duvidosa campanha dos evangélicos» é o título de um editorial de primeira página do jornal Le Monde, desta sexta-feira, 8 de outubro de 2010. Para o Monde, o desempenho surpreendente de Marina se deve, primeiramente, às suas qualidades pessoais: serenidade, respeito ao adversário, integridade, postura moral e a coerência do discurso sobre o desenvolvimento sustentável. Como Lula, Marina no começo era um azarão que, graças à sua coragem e tenacidade conseguiu vencer o preconceito de uma origem modesta e de uma infância analfabeta.

Mas o jornal lembra que seu sucesso nas urnas se deveu também aos milhões de votos evangélicos no Brasil, que representam 20% do eleitorado. Num país que também é a maior nação católica do mundo, com seus arcaísmos e tabus, Dilma Roussef cometeu o pecado de, no passado, ter defendido a descriminalização do aborto em nome da saúde pública.

Le Monde lembra que o índice de mortalidade no Brasil de mulheres em consequência de um aborto mal feito não é desprezível. Mais de metade das mulheres que praticam o aborto no Brasil acaba no hospital. Segundo dados oficiais, 15% das brasileiras entre 18 e 39 anos, cerca de 5,3 milhões de mulheres, já abortaram pelo menos uma vez.
 

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