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Brasil/Síria

Em entrevista ao Le Monde, Patriota defende diálogo com a Síria

Em entrevista ao correspondente do jornal Le Monde no Brasil, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, diz que o país condena os ataques do governo sírio contra a população civil, mas continuar a apoiar uma transição política negociada pacificamente. 

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em reuniao do Palácio do Itamaraty em Brasília.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em reuniao do Palácio do Itamaraty em Brasília. REUTERS/Ueslei Marcelino
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Em um momento em que países como a França começam a cogitar uma intervenção militar contra o regime do presidente Bashar al-Assad, o Brasil continua a insistir no diálogo e no plano de paz do ex-secretário geral ds Nações Unidas, Kofi Annan. Para o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, o cumprimento do projeto, poderá “permitir o começo de um processo político aberto, comandado pelos sírios, capaz de estabilizar o país e de responder às aspirações e preocupações legítimas da população”, declarou.

O Brasil apóia “integralmente” a declaração do presidente do Conselho de Segurança da ONU que condena o massacre de Houla no último dia 25 de maio. Assim, Patriota resume a posição da diplomacia brasileira em entrevista na edição desta quarta-feira ao jornal Le Monde. “Nós reafirmamos nosso apoio aos seis pontos do enviado especial conjunto das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, sobretudo em relação ao segundo ponto que exige o fim imediato dos combates e de todas as formas de violência”.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, chegou a pressionar o Brasil. Ela declarou que o país deveria escolher entre o presidente sírio e a população. Quando questionado sobre essas declarações, Patriota afirmou que o Brasil escolhe sempre “a diplomacia e a paz”. Sem um consenso do Conselho de Segurança da ONU, qualquer intervenção seria ilegítima e poderia por em risco a credibilidade da própria instituição. “Se não respeitarmos o mandado [do Conselho de Segurança], isso pode criar uma situação na qual cada um faz o que quer. Não foi para isso que a ONU foi criada”.

Na entrevista, o ministro das Relações Exteriores do Brasil também faz críticas à atuação do Quarteto para o Oriente Médio da ONU, composto pela União Europeia, Estados Unidas, Rússia e Nações Unidas. O chanceler argumenta que o conflito israelo-palestino, que deveria ser uma prioridade na agenda internacional, ficou relegado a um segundo plano. “Há uma frustração generalizada”, avalia Patriota.

 

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