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Brasil/Santa Maria

Jovens de Santa Maria falam sobre incêndio em casa noturna

A população da cidade gaúcha ainda está em estado de choque depois da tragédia que aconteceu na noite de sábado para a domingo, deixando 233 mortos, segundo o último balanço da polícia. O prefeito Cezar Schirmer decretou luto de 30 dias em homenagem às vítimas. Jovens ouvidos pela RFI narram a tristeza da perda de amigos e falam sobre a falta de estrutura do estabelecimento.

Imagem mostra o desespero em frente à casa noturna em Santa Maria
Imagem mostra o desespero em frente à casa noturna em Santa Maria Foto: Reuters
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Carla Ceolin, 20 anos, estudante de Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria, já tinha programado seu fim de semana : uma grande festa que aconteceria no sábado na boate Kiss, uma das mais conhecidas da cidade. A estudante acabou mudando seus planos graças à insistência da mãe –uma decisão banal que provavelmente salvou sua vida.

"Tenho cinco colegas de curso que estavam na festa, e dois feridos que estão no hospital. Um deles foi levado para a capital. Eu provavelmente teria ido. Minha turma da faculdade estava vendendo ingressos para a festa", diz. A estudante também contou à RFI que a casa noturna tinha apenas uma porta de entrada. "As pessoas utilizam essa mesma porta para sair. Espero que depois dessa tragédia seja dada uma atenção à estrutura desses estabelecimentos", ressaltou Carla.

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Tristeza e dor entre os jovens de Santa Maria

Uma opinião compartilhada pelo estudante de jornalismo Gianlluca Simi, que já foi várias vezes à boate Kiss e conhece bem a arquitetura da casa. "Pelo que me lembro, há apenas uma saída. Pelo tamanho do lugar não há condições de dar vazão a toda aquela gente. Também há rumores, que ainda não são oficiais, que a licença dos bombeiros para o local está vencida desde o ano passado. Se a gente for analisar a cidade inteira, nenhuma casa noturna tem uma estrutura de segurança correta. Poderia ter acontecido em qualquer lugar, em qualquer noite", afirma Gianlluca.

O estudante perdeu dois colegas de universidade e três alunos na tragédia, mas esse número, diz, pode aumentar. "Com certeza haverá mais gente. Dá uma angústia por saber que é um lugar que eu já frequentei e que eu poderia ter frequentado em qualquer dia. A cidade inteira está de luto." Nesta segunda-feira, uma caminhada em homenagem às vítimas está prevista para às 22h da noite na cidade, que ainda deverá ser confirmada.
 

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