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Santa Maria/tragédia

Chile envia pele para vítimas da tragédia de Santa Maria

O Banco de Pele de Porto Alegre deverá receber nesta quarta-feira à noite cerca de três mil peças de pele humana vindas do Chile, que serão trazidas por um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para atender as vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria. O objetivo é assegurar o estoque necessário para suprir a demanda, que pode aumentar nas próximas três semanas.

Evacuação de uma vítima do incêndio de Santa Maria, le 27 janvier 2013.
Evacuação de uma vítima do incêndio de Santa Maria, le 27 janvier 2013. REUTERS/Camila Domingues
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O jato Legacy, da FAB, chega por volta das 16h30 no horário de Brasília em Porto Alegre. Segundo um comunicado da Força Aérea Brasileira, o Ministério da Saúde acionou na noite desta quarta-feira a operação de ajuda humanitária, e o avião decolou nesta manhã para Santiago. Além do Chile, a Argentina e o Uruguai também enviaram pele para ajudar as vítimas da tragédia de Santa Maria, que deixou até agora 235 mortos e 143 feridos. Do total de hospitalizados, 20 pessoas apresentam queimaduras graves.

De acordo com o chefe do setor de cirurgia plástica da Santa Casa de Porto Alegre, Pedro Bins Ely, o estoque do Banco de Pele supre por enquanto as necessidades dos feridos, mas a demanda pode aumentar nas próximas três semanas. ‘’Mesmo que não falte pele imediatamente, aceitamos a oferta do países. Assim, no momento em que houver uma demanda maior, poderemos disponibilizar o material necessário’’, declarou.

O especialista explicou à RFI que a pele recebida é retirada de cadáveres, empacotada, esterilizada e armazenada em câmaras frigoríficas em centros especializados. O material é utilizado em enxertos dependendo da gravidade dos ferimentos. ‘’Trata-se de um curativo biológico, que vai ajudar a diminuir a desidratação, dar conforto, diminuir a dor das queimaduras e prevenir infecções, porque cobre a ferida. Em torno de 15 a 20 dias depois do procedimento, depois de resolvidos os problemas respiratórios, pode-se realizar o enxerto com a própria pele do paciente. A rejeição é calculada. ‘’

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Pedro Bins Ely, chefe do serviço de cirurgia plástica da Santa Casa de Porto Alegre

Segundo ele, o maior problema enfrentado pelos sobreviventes, no momento, é a intoxicação provocada pela inalação da fumaça. ‘’Os problemas pulmonares das vítimas são muito mais críticos do que as queimaduras. Esta foi uma característica da tragédia de Santa Maria.’’ A chamada pneumonia química, diz, provoca uma lesão no pulmão. Nesse caso, explica, "se o paciente também tiver uma queimadura extensa, a pele é usada para cobrir o ferimento até ele ter condições de fazer o enxerto."

De acordo com o especialista, o número de pessoas com queimaduras extensas na tragédia varia entre 5 e 10 pessoas. Nos hospitais da Santa Casa, diz, estão internadas duas das vítimas, com ferimentos de segundo grau. Em um dos casos, as queimaduras cobrem 15% do corpo.
 

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