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Brasil/protestos

Dilma convoca reunião de emergência depois de protestos que levaram um milhão às ruas

A presidente Dilma Rousseff reúne-se hoje com vários ministros para avaliar a situação depois das manifestações desta quinta-feira, que reuniram mais de 1 milhão de pessoas em mais de 80 cidades. Os protestos desta quinta causaram duas mortes, uma em Ribeirão Preto e outra em Brasília.

Mais de um milhão saíram às ruas em todo o Brasil nesta sexta-feira
Mais de um milhão saíram às ruas em todo o Brasil nesta sexta-feira AFP / Marcelo
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A situação parece fugir do controle do governo, e Dilma deverá discutir com seus principais ministros maneiras de contornar a crise, já que o movimento de contestação não pára de crescer. Participam da reunião vários ministros, entre eles o da Justiça, José Eduardo Cardozo. A presidente cancelou sua viagem ao Japão, prevista entre os dias 26 e 28 de junho. No único pronunciamento que fez sobre os protestos, Dilma disse estar atenta às "vozes da população" e comprometida com as transformações sociais.

No total, estima-se que mais de 1 milhão e 250 mil pessoas saíram às ruas, em mais de 80 cidades do país. No Rio de Janeiro, onde 300 mil pessoas participaram das manifestações, houve quebra-quebra, dezenas de feridos e repressão violenta da polícia, que atirou bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e deu tiros de balas de borracha nos manifestantes. Nas redes sociais, muitos descreveram as cenas de caos na capital carioca, que virou um verdadeiro campo de batalha.

Os protestos desta quinta causaram duas mortes: um manifestante foi atropelado junto com um grupo de 11 pessoas durante a passeata em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e não resistiu. A segunda morte foi registrada em Brasília. Cem pessoas ficaram feridas na capital federal. No Rio de Janeiro, foram 62 feridos.

Em Brasília, houve o protesto mais tenso de sua história, com 30 mil participantes. A manifestação descambou para uma batalha campal na Esplanada dos Ministérios, com ameaça de invasão do Palácio do Planalto e do Congresso, e depredação do Palácio do Itamaraty, do Banco Central, além de três ministérios e a Catedral de Brasília.

O Movimento Passe Livre (MPL) emitiu nota no início da madrugada desta sexta-feira em repúdio aos atos de violência contra partidos políticos durante as manifestações, bem como à violência policial. Em sua página no Facebook o movimento afirma ter presenciado "episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos". O MPL se declara um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Apesar da revogação do aumento do preço da tarifa em diversas cidades, a contestação continua. Novas manifestações devem acontecer hoje em todo o Brasil, e no fim de semana, em diversas capitais europeias.

 

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