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Brasil/Espionagem

Índia e África do Sul apoiam Brasil contra espionagem

O Brasil ganhou apoio dos governos da Índia e África do Sul, parceiros no grupo Ibas, para sua proposta de uma nova “governança global da internet”, destinada a garantir a segurança de dados de todos os cidadãos. O grupo divulgou um comunicado conjunto nesta quarta-feira, em Nova York, em que condena as ações de espionagem dos Estados Unidos no Brasil e apóia a iniciativa brasileira.

Dilma Rousseff ao lado dos colegas indiano e sul-africano na abertura do Foro Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável
Dilma Rousseff ao lado dos colegas indiano e sul-africano na abertura do Foro Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável Roberto Stuckert Filho/PR
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O documento reconhece a espionagem como contrária à soberania das nações e foi divulgado após reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e os chanceleres da Índia e da África do Sul.

“Os ministros expressaram sua preocupação com as práticas não autorizadas de interceptação ilegal de comunicações e dados de cidadãos, empresas e autoridades governamentais por governos e empresas estrangeiros", diz o texto. E sublinha que isso "constitui grave violação da soberania nacional e dos direitos individuais e é incompatível com a convivência democrática entre países amigos".

Antes de retornar ao Brasil, a presidente deu entrevista e comentou a tensão provocada pelo discurso anti-espionagem: "Nada do que foi dito era de desconhecimento das autoridades americanas", afirmou.

"Todo o processo (...), no qual nós não temos a menor responsabilidade, ele implica necessariamente numa atitude do país. Nenhum governo pode transigir nem com os direitos civis e a privacidade da população, nem tampouco pode negociar sua soberania”. Para a chefe de Estado, o futuro das relações depende de um pedido de desculpas e de "uma clara determinação de não acontecer" fato semelhante.

Dilma também explicou que não espera uma interferência direta das Nações Unidas na questão do acesso aos dados na rede mundial de computadores. “Nós não estamos pedindo que a ONU controle a internet e nós não concordamos com esse tipo de controle. Nós queremos que a ONU preserve a segurança e não deixe que a nova guerra se dê dentro do mundo cibernético”, concluiu a presidente.
 

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