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Brasil/Ipea

Imprensa francesa destaca erro em pesquisa do IPEA

A pesquisa do IPEA que chocou a opinião pública no Brasil foi divulgada com uma informação incorreta. Na verdade, o órgão informou que 26% dos brasileiros, e não 65%, concordam, total ou parcialmente, com a afirmação de que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Para a imprensa francesa, porém, o dado ainda é “elevado”.

Campanha lançada no Facebook contra a violência sexual contra mulheres.
Campanha lançada no Facebook contra a violência sexual contra mulheres. Facebook/Não mereço ser estuprada
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Publicada no último dia 30 de março, a pesquisa do IPEA "provocou uma onda de indignação no Brasil", diz texto do site da edição francesa da revista Elle. A versão eletrônica do jornal Le Parisien também argumenta que a pesquisa provocou revolta entre “cidadãos brasileiros e de militantes de direitos das mulheres” que usaram, principalmente, as redes sociais para manifestar a sua indignação.

A própria presidente do Brasil, Dilma Russeff, usou o twitter para declarar que a “sociedade brasileira ainda tem muito progresso para fazer”. Dilma Rousseff também usou a plataforma para mandar o recado: "Tolerância zero à violência contra a mulher”.

Os dados que suscitaram tamanha indignação, no entanto, estavam errados. Os pesquisadores do IPEA explicaram que houve uma troca entre os gráficos da questão. Após a divulgação do erro, o diretor responsável pela pesquisa, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração.

Apesar de 26% ser uma proporção bastante inferior aos 65% divulgados inicialmente, a mídia francesa alerta que o dado ainda é “alarmante” e que o machismo no Brasil é uma realidade cotidiana. O jornal Le Parisien destaca, por exemplo, a informação que, para 58,5% dos entrevistados pela pesquisa “se as mulheres se comportassem melhor, haveria menos estupros”.

Não mereço ser estuprada

A jornalista e militante Nana Queiroz, que lançou a campanha  "Não mereço ser estuprada" pelo Facebook, é citada na imprensa nesta sábado (5). Ela afirma que o fato de 26% os entrevistados considerarem que uma mulher que mostra o corpo merece ser atacada ainda é uma dado "muito elevado". Ela também lembra o paradoxo da sociedade brasileira que tolera e até encoraja as mulheres nuas no Carnaval, mas que adota um comportamento machista e desrespeitoso no resto do ano.

 

 

 

 

 

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