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Brasil/Economia

Inflação de alimentos é choque temporário, diz Tombini em Washington

O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Alexandre Tombini, reconheceu nesta quinta-feira (10), em Washington, que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do mês de março foi elevado e culpou os alimentos e as passagens aéreas pelo que chamou de "choque de preços temporário". O economista está nos Estados Unidos para o encontro semestral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), que começa nesta sexta-feira.

Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central do Brasil.
Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central do Brasil. REUTERS/Denis Balibouse
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Ligia Hougland, Correspondente da RFI, em Washington

Segundo Tombini, o BC acredita que os fatores que fizeram o IPCA saltar de 0,69 em fevereiro para 0,92 em março serão controlados a curto prazo. "Estamos vivendo agora em março e um pouco em abril um choque de preços de alimentos temporário. Temos trabalhado para que esse choque se circunscreva ao curto prazo. E uma vez passada essa inflação dos alimentos, nos próximos meses os índices mensais de inflação também vão recuar".

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Alexandre Tombini

A primeira manifestação do economista sobre os números divulgados na quarta-feira (9) era aguardada pela imprensa e analistas do mercado que participam dos encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial e da reunião de ministros de Finanças do G-20, na capital dos EUA.

O presidente do BC ressaltou que o país encerrou o ano com a inflação compatível com o regime de metas, de 4,5%, com variação de mais ou menos 2%. Para ele, o peso dos alimentos no cálculo do IPCA influenciou o resultado do mês de março. "Os alimentos pesam 25% do índice e mais de 40% dos ítens do IPCA dizem respeito ao setor de alimentos", explica Tombini.

Maior alta para março em 11 anos

Tombini negou que os números tenham surpreendido o Banco Central, mas reconheceu que o "IPCA de março veio alto", não apenas por causa dos produtos alimentícios. "Dois conjuntos de ítens, alimentos e passanges aéreas, compuseram mais de 70% do número. Neste sentido, não surpreendeu", ressaltou o presidente do BC. 

O consolo no IPCA de março foi o recuo na inflação de serviços. Para Tombini, "em todos os países a inflação de serviços é mais alta que a cheia. No caso brasileiro vemos um recuo bastante gradual, em parte porque o setor vem apresentando mais dinamismo que outros setores."

O salto do IPCA de 0,69 em fevereiro para 0,92 em março surpreendeu a maioria das análises do mercado e foi o maior avanço para esses meses em 11 anos.

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