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Rio de Janeiro/violência

Rio é novamente palco de violência a menos de dois meses da Copa

A pouco menos de dois meses da Copa do Mundo, o Rio foi palco de novas manifestações nesta terça-feira (22), que deixaram pelo menos um morto. Segundo as autoridades do país, a vítima, Edilson da Silva dos Santos, foi atingida com uma bala na cabeça perto de Copacabana. O caso ganhou destaque na imprensa francesa, que questiona como as autoridades brasileira vão controlar a violência nas ruas durante a Copa do Mundo.  

Um homem foi morto a tiro durante uma manifestação violenta na noite de terça-feira numa favela de Copacabana.
Um homem foi morto a tiro durante uma manifestação violenta na noite de terça-feira numa favela de Copacabana. REUTERS/Lucas Landau
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A imprensa francesa questiona como o país vai administrar a violência nas ruas durante a Copa do Mundo, que começa no dia 12 de junho. Um dos veículos a dar destaque ao tumulto nesta terça-feira em Copacabana foi a rádio France Info.

A confusão começou por volta das 17h30, em protesto à morte do dançarino da favela Pavão-Pavãozinho, Douglas Rafael da Silva Pereira, 25 anos, conhecido como DG. Seu corpo foi encontrado perto de uma creche da região. Segundo os amigos de Douglas, que dançava no programa da apresentadora Regina Casé, ele teria tentado escapar na segunda-feira à noite dos tiros entre policiais e traficantes.

O dançarino subiu no muro para se refugiar na creche, mas teria sido confundido com um criminoso e espancado pelos policiais da UPP instalada na favela desde 2009. No tumulto desta terça-feira, os moradores ergueram barricadas com pneus em protesto à violência policial. O local também ficou sem eletricidade durante várias horas.

Duas avenidas e um túnel da cidade foram fechados, provocando um grande engarragamento. Em Ipanema, no bairro vizinho, os manifestantes que queriam escapar da polícia saquearam uma clínica."Douglas era um espelho para os jovens, é normal que eles se revoltem. Que Copa do Mundo teremos ?", questionou uma moradora.

Segundo a polícia, as circunstâncias da morte de Douglas serão investigadas e os moradores serão ouvidos. Os ferimentos no dançarino mostram que ele foi vítima de chutes, o que confirmaria a tese do espancamento. Em 2008, o governo do Rio instalou 39 UPPs em 174 favelas da cidade para expulsar os traficantes.

A violência parece não dar trégua na cidade. Neste sábado, quatro ônibus, um caminhão e dois carros foram incendiados por vários manifestantes, que protestavam contra a morte de dois jovens durante intervenções da polícia.

Repercussão

O site do Le Monde fez uma montagem de várias reportagens exibidas pelas TVs brasileiras mostrando a violência do protesto e o cerco da polícia, que impediu moradores do bairro de voltar para casa. Já o Libération diz que o Rio de Janeiro não é a única cidade sede dos jogos da Copa que enfrenta frequentemente distúrbios e manifetações violentas.

O canal de TV France 24 afirma que o incidente em Copacabana arranha mais uma vez a imagem do país anfitrião do Mundial. A violência no Rio preocupa os franceses a menos de dois meses do início da Copa no bairro que é cartão postal do Rio de Janeiro e do Brasil em todo o mundo.

 

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