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Espanha/El País

Jornal El País diz que Dilma precisa “se reinventar” para seu segundo mandato

Nenhum dos principais jornais europeus fala sobre a posse da presidente Dilma Rousseff, que começa seu segundo mandato nesta quinta-feira (1°). A exceção é uma coluna do jornalista e escritor Juan Arias no diário espanhol El País, que escreve que, passado os fogos de artifício, a líder precisa “se reinventar” para governar e lista dois de seus principais desafios: como fazer frente à austeridade econômica e como reunir o país que se dividiu em dois campos durante as eleições.

A presidente Dilma Rousseff toma posse nesta quinta-feira (1°) e inicia seu segundo mandato.
A presidente Dilma Rousseff toma posse nesta quinta-feira (1°) e inicia seu segundo mandato. Flikcr/ Blog do Planalto
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Segundo o El País, o Brasil começa 2015 com “desencanto e medo”, mas com um sentimento em comum, independentemente da posição política do eleitorado, “um desejo de um futuro melhor”. Afinal, para o cronista, tanto os brasileiros que reelegeram Dilma como os que desejavam uma alternância política estão cansados da corrupção, dos abusos de poder e da falta de participação da sociedade na gestão pública.

“Os brasileiros estão mais unidos sobre as esperanças para o país do que seus políticos podem imaginar”, escreve. O que mais decepciona, sobretudo os jovens, é a hipocrisia, a mesquinharia e a falta de ética “de quem deveria ser exemplo porque neles foi depositada a confiança do voto”.

População mais exigente

Além disso, Juan Arias acredita que Dilma vai ter que se reinventar para governar, pela segunda vez, um país que está cada vez mais informado, crescendo, e que enxerga a realidade de outro modo. “Daqui para frente, cada novo presidente terá uma dificuldade maior para governar os brasileiros porque terá diante de si um povo que está despertando de uma grande letargia, não aceita ordens passivamente e que adquiriu uma capacidade maior de vigiar o poder”, escreve.

Segundo o jornalista espanhol, Dilma tem uma tarefa dura pela frente, com a obrigação de tomar decisões coerentes em relação às suas promessas e ser capaz de corrigir o erros que impediram que a presidente conquistasse mais votos.

“A sociedade brasileira está se transformando mais do que parece”, acredita Juan Arias. Ele observa que o Brasil condescendente com “os velhos malandros”, satisfeito de viver dentro do espírito do “jeitinho” está agonizando. “Está surgindo um país diferente, mais exigente, talvez menos cordial e até mais violento, mas também mais moderno e realista”, finaliza.

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