Les Echos critica escolha de nome "próximo do poder" para dirigir Petrobras

O maior jornal econômico francês, Les Echos, relata nesta segunda-feira (9) as críticas feitas à presidente Dilma Rousseff após a nomeação de Aldemir Bendine para a direção da Petrobras. Segundo Les Echos, Dilma Rousseff "escolheu um nome próximo do poder", o que deixou os brasileiros ainda mais revoltados e atônitos diante do "escândalo do Petrolão".

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. REUTERS/Sergio Moraes/Files

Em entrevista ao Les Echos, o professor de Direito Fernando Zilveti, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, afirma que a escolha de Bendine "foi um desastre". Na avaliação de Zilveti, o ex-presidente do Banco do Brasil foi selecionado para o cargo apenas "para obedecer as vontades de Dilma e do ex-presidente Lula".

A mesma insatisfação é notada entre os acionistas minoritários da Petrobras, escreve o diário francês, que ficaram com a impressão de que o governo continuará interferindo na gestão da companhia em detrimento dos interesses estratégicos da petrolífera e de seus acionistas.

O maior escândalo da história do país

Les Echos explica que a primeira missão de Aldemir Bendine será elaborar um balanço apresentável aos mercados, depois que a ex-presidente Graça Foster se mostrou incapaz de calcular o montante da corrupção no Petrolão. O jornal adota um tom irônico ao dizer que "a história do Brasil é rica em escândalos de corrupção, mas o da Petrobras é de longe o maior de todos eles".

O diário econômico encerra o texto contando que a festa de 35 anos de fundação do PT, na semana passada, foi marcada pela denúncia de que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, foi acusado de receber de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões para o caixa dois da legenda. O episódio é "mais uma ducha de água fria na véspera do aniversário do partido no poder", conclui Les Echos.