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Brasil/ diplomacia

Em represália a atitude de Dilma, Indonésia retira embaixador

A Indonésia chamou de volta seu novo embaixador no Brasil depois de o país ter adiado a cerimônia de sua indicação, disse Jacarta neste sábado (21). As relações diplomáticas entre os dois países estão estremecidas após a execução de um brasileiro acusado de tráfico de drogas e a ameaça de que outro seja fuzilado em breve no país asiático.

Na sexta-feira, presidente Dilma Rousseff decidiu não receber credenciais de novo embaixador da Indonésia, provocando reação do país.
Na sexta-feira, presidente Dilma Rousseff decidiu não receber credenciais de novo embaixador da Indonésia, provocando reação do país. Elza Fiúza/Agência Brasil
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Na sexta-feira (20), a presidente Dilma Rousseff se recusou a receber as credenciais do embaixador da Indonésia, Toto Riyanto. O diplomata foi avisado de última hora que não seria recebido por Dilma no Palácio do Planalto, em uma atitude de reprovação do governo brasileiro em relação à postura indonésia sobre as execuções.

"A maneira com a qual a chancelaria do Brasil repentinamente nos informou do adiamento, quando o embaixador designado já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia", disse o Ministério das Relações Exteriores da Indonésia, em uma nota sobre o assunto entregue à embaixada do Brasil em Jacarta.

"Como um Estado soberano democrático com sua própria soberania, sistema judiciário independente e imparcial, nenhum país estrangeiro ou parte pode ou deve interferir na implementação das leis da Indonésia em sua jurisdição, incluindo na aplicação das leis para combater o tráfico de drogas", disse o comunicado.

Convidado indesejado

Toto Riyanto repassaria ao governo brasileiro a sua carta credencial, assim como os novos embaixadores da Venezuela, de El Salvador, do Panamá, do Senegal e da Grécia. A cerimônia foi encerrada sem a participação do indonésio.

“Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso”, explicou a presidente, em entrevista após a cerimônia. Em resposta, o ministério chamou o embaixador no Brasil na noite da própria sexta-feira, antes de retirar Riyanto do país, neste sábado.

Outros países

Em janeiro, Brasil e Holanda chamaram seus embaixadores em Jacarta, que tem uma das leis contra as drogas mais rígidas do mundo, depois que dois de seus cidadãos estiveram entre seis estrangeiros executados por tráfico de entorpecentes. O presidente da Indonésia, Joko Widodo, negou clemência a traficantes de drogas, apesar dos pedidos de União Europeia, Brasil, Austrália e Anistia Internacional.

O país também está envolvido em um imbróglio diplomático com a Austrália sobre o destino de dois membros australianos de uma quadrilha de traficantes conhecida como "Bali Nine". Eles podem ser executados ainda em fevereiro.
 

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