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França/ ciência

Laboratório francês afirma ter feito espermatozoides humanos in vitro

Pesquisadores franceses afirmaram, nesta sexta-feira (8), ter conseguido desenvolver espermatozoides humanos in vitro, a partir de células “imaturas” de testículos. O anúncio foi recebido com cautela pela comunidade científica, que admite que a manipulação traz esperanças para os casais inférteis.

Momento que o espermatozoide começa a penetrar no ovócito
Momento que o espermatozoide começa a penetrar no ovócito Wikipédia
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O laboratório de biotecnologia Kallistem, situado em Lyon, no centro-leste da França, declarou ter conseguido obter “espermatozoides humanos completos in vitro” em dezembro de 2014. Em um comunicado, o estabelecimento informou que as células reprodutivas foram criadas a partir de “biópsias testiculares de pacientes que só possuíam células germinais imaturas (espermatogônias)”.

O laboratório afirma que essa é a primeira vez que o procedimento é realizado com sucesso no mundo. Por enquanto, o experimento ainda não foi publicado em uma revista científica e os seus detalhes não foram divulgados. A pesquisa, indica o Kallistem, “abre o caminho para terapias inovadoras para preservar e restaurar a fertilidade masculina, um desafio mundial da sociedade, já que observamos uma queda de 50% do número de espermatozoides nos últimos 50 anos”.

O laboratório disse que só vai publicar os resultados em uma revista especializada – o que é considerado uma prova de seriedade do estudo – depois do dia 23 de junho, por uma questão de registro da descoberta. Até hoje, os cientistas só tinham conseguido produzir espermatozoides de roedores em laboratório.

Descoberta “promissora”

Ao jornal Le Figaro, a diretora do centro de assistência médica à procriação do Centro Hospitalar de Rouen, Nathalie Rives, afirmou que, se for confirmada, a descoberta é “promissora”. “Se a técnica funcionar, o procedimento abrirá grandes perspectivas”, disse. O mesmo tom foi adotado pelo fundador do Fórum Europeu de Bioética, Israël Nisand. “Se for de fato verdade, será um passo considerável no tratamento da esterilidade masculina.”

Rives observou, no entanto, que a técnica pode não funcionar nos casos de homens com ausência completa de espermatozoides (azoospermia), que apresentam “anomalias genéticas que impedirão a espermatogênese [processo de produção de espermatozoides] também in vitro”.

O laboratório francês explicou que os estudos pré-clínicos devem se prolongar até 2016 e os estudos clínicos começarão em 2017. O objetivo é iniciar a comercialização da tecnologia em, no máximo, cinco anos.
 

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