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Festival de Cinema de Cannes

Produção de Cacá Diegues que reúne curtas sobre favelas estreia em Cannes

O Brasil está em destaque nesta terça-feira no Festival de Cannes. O filme "5 Vezes Favela : Agora por Nós Mesmos", produzido por Cacá Diegues, estreou mundialmente nesta terça-feira. Ele foi exibido na seleção oficial, mas fora de competição. Além disso, foi assinado hoje, durante o festival, novo acordo de co-produção franco-brasileiro.

Cartaz do filme "5 Vezes Favela", produzido por Cacá Diegues.
Cartaz do filme "5 Vezes Favela", produzido por Cacá Diegues. Alexandre Ramos
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O filme "5 Vezes Favela: Agora por Nós Mesmos" é composto por cinco curtas-metragens: "Fonte de Renda", de Manaíra Carneiro e Wagner Novais; "Arroz com Feijão", de Rodrigo Felha e Cacau Amaral; "Concerto para Violino", de Luciano Vidigal; "Deixa Voar", de Cadu Barcelos e "Acende a Luz", de Luciana Bzerra.

Cada curta se passa em uma favela diferente do Rio de Janeiro, mas todos foram escritos e dirigidos por cineastas que moram nas comunidades que descrevem. Eles falam de sua realidade, da violência, do tráfico de drogas, guerras de gangues e pobreza, claro, mas também da infância na rua, alegria e humor.

"Deixa Voar", por exemplo, mostra que até as comunidades cariocas são divididas. O título do curta vem das batalhas de pipa tão frequentes no Rio. Já o curta "Acende a Luz", de Luciana Bezerra, sobre a histeria que causou a falta de luz num dia de Natal no morro do Vidigal, é quase cômico.

O formato faz referência a um dos marcos do cinema novo, o "5 Vezes Favela" produzido no início dos anos 60, e dirigido, entre outros, por Cacá Diegues. O veterano cineasta brasileiro está em Cannes juntamente com os sete diretores do filme, com quem trabalha desde os anos 90. Ele quis dar aos cineastas das favelas as mesmas condições de produção que qualquer cineasta da classe média para que pudessem ser porta-voz de sua própria situação.

Para Cacá Diegues o novo "5 Vezes Favela" mostra a "evolução do cinema e da sociedade brasileira". O filme estreia em agosto no Brasil.

Acordo de co-produção franco-brasileiro

Também nesta terça feira, em Cannes, foi assinado, entre o presidente da Ancine, Manoel Rangel, e a presidente do Centro Nacional de Cinematrografia da França, Véronique Cayla, o novo acordo de co-produção franco-brasileiro.

O documento atualiza o antigo acordo de 1969 e visa as parcerias e a realização de filmes conjuntos entre os dois países. A principal inovação é a redução de 20% para 10% do nível necessário para o parceiro minoritário participar do projeto. As co-produções possibilitam buscar fundos de apoio e incentivos fiscais tanto na França quanto no Brasil.
 

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Adriana Brandão, jornalista da RFI

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