Livro de memórias do ex-premiê Tony Blair é lançado na França

Lançado nesta quinta-feira, na França, o livro autobiográfico do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, hoje um importante mediador no conflito do Oriente Médio. Três anos depois de sua demissão forçada como chefe de governo, Blair volta à cena com o livro "The Journey", publicado pela editora Random House. Na França, o livro foi traduzido simplesmente como "Memórias".  

Tony Blair volta à cena com o livro "The Journey", publicado pela editora Random House. REUTERS/Luke MacGregor

Em mais de 700 páginas, o político faz um acerto de contas com o também ex-premiê Gordon Brown, do partido trabalhista, que tomou seu lugar em 2007.

Depois de conflitos nas articulações intenas do partido, Tony Blair não tem papas na língua ao escrever frases como esta, por exemplo: "Tinha medo da triste e brutal probabilidade que dois amigos se tornassem inimigos". E daí por diante.

O livro também tem confissões sinceras como sua inclinação para a bebida diante da enorme pressão que antecedeu sua demissão do cargo. "Um whisky ‘on the rocks’ ou um gim tônica antes do jantar, um ou dois copos de vinho, depois uma meia garrafa..." ele confessa.

Iraque

O Iraque é classificado como um pesadelo, com um respeito declarado pelo impopular presidente George Bush e nenhum arrependimento. Mesmo assim, Blair não vai receber nenhum centavo pela publicação de suas memórias. O adiantamento de 4,8 milhões de euros dos direitos autorais do livro serão doados a uma associação que cuida de soldados britânicos feridos e mutilados durante a guerra.

Tony Blair também não deixa de falar o que todo mundo sabe, do seu amor pela França. E brinca ao dizer que o mais surpreendente é que, sendo inglês, ame os franceses. Uma ironia sobre a rivalidade franco-britânica. Tudo acompanhado por um conselho: a Grã-Bretanha deve perder sua inibição diante da Europa. A França deve perder a sua diante dos Estados Unidos.