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Literatura

Morre o poeta irlandês Seamus Heaney, vencedor do prêmio Nobel

Seamus Heaney, poeta irlandês que recebeu em 1995 o prêmio Nobel de Literatura, morreu nesta sexta-feira, 30 de agosto de 2013, aos 74 anos. Ele estava internado em um hospital de Dublin.

Seamus Heaney recita um de seus poemas na Universidade de Harvard em maio de 2012.
Seamus Heaney recita um de seus poemas na Universidade de Harvard em maio de 2012. Reuters
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Nascido na Irlanda do Norte, Seamus Heaney é autor de uma obra poética em 12 volumes que mescla a evocação sensual da natureza e da cultura celta à violência política da Irlanda.

Segundo o comunicado da família divulgado por sua editora, Faber and Faber, o poeta morreu depois de ter ficado doente por um curto período.

Entre suas obras estão "Death of a Naturalist", publicado em 1966, "The Spirit Level", "District and Circle", e uma elogiada tradução do antigo poema épico anglo-saxão "Beowulf".

Mais velho de uma família de nove crianças, Seamus Heaney nasceu no dia 13 de abril de 1939 em uma fazenda em Mossbawn, no condado de Londonderry, e sua poesia traduzia a nostalgia de uma infância rural, com suas paisagens e seus odores.

Ele foi o poeta irlandês mais celebrado desde William Butler Yeats, prêmio Nobel de Literatura em 1923. Nascido no ano da morte de Yeats, Heaney morreu em Dublin perto da casa onde o mesmo Yeats havia nascido.

O talento do poeta foi logo reconhecido pelos críticos. Heaney ensinou poesia na universidade de Oxford e retórica e eloquência em Harvard.

Ao entregar a ele o prêmio de Literatura, o comitê do Nobel havia elogiado "uma obra de beleza lírica e de profundidade ética, que exalta os milagres do cotidiano e o passado vivo".

"Para nós, Seamus Heaney era o guardião da língua, de nossos códigos, da essência do povo", declarou o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny.

Nascido em meio às tensões entre católicos e protestantes em uma província dividida, Heaney deixou a Irlanda do Norte em 1972, no ápice do conflito entre as duas comunidades, e acabou se instalando em Dublin.

Quando um editor de Londres pediu para publicar suas obras em uma antologia de poesia britânica, ele respondeu: "Não fique surpreso que eu recuse. Meu passaporte é verde (cor da Irlanda) e na minha casa nunca bebemos à saúde da rainha".

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