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Cinema

Jihadismo e Yves Saint Laurent estão em alta na 40ª edição do César

A principal premiação do cinema francês completa 40 anos e será entregue na noite desta sexta-feira (20), no Teatro do Châtelet, às margens do Rio Sena, a partir das 21h (18h no Brasil). Os dois favoritos para levar o troféu de Filme do Ano são Timbuktu, de Abderrahmane Sissako, que retrata a vida de uma família sob um regime extremista, e Saint Laurent, de Bertrand Bonello, sobre o famoso costureiro francês.

Atriz francesa Fanny Ardant estampa o cartaz oficial da premiação.
Atriz francesa Fanny Ardant estampa o cartaz oficial da premiação. Divulgação
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Indicado em oito categorias, Timbuktu é uma produção da França e da Mauritânia e está bem cotado nas apostas para hoje à noite. O longa foi muito bem recebido pela crítica no último Festival de Cannes e também estará na corrida pelo troféu de Melhor Filme Estrangeiro na entrega do Oscar, que ocorre no próximo domingo (22). Crônica sobre uma época de extremismos, Timbuktu conta o cotidiano de um vilarejo tomado por jihadistas, e pode render ao mauritano Abderrahmane Sissako o prêmio de Melhor Diretor.

A versão de Bertrand Bonello para a vida do costureiro Yves Saint Laurent também tentará levar o voto dos 4.225 profissionais do cinema que elegem os vencedores do César. O estilista francês está em alta na premiação deste ano: além do longa de Bonello, há um outro filme sobre sua carreira: Yves Saint Laurent, de Jalil Lespert. Embora tenha contado com o aval de Pierre Bergé, o companheiro do estilista, a versão de Lespert não concorre ao principal prêmio da noite, mas tem sete indicações.

A disputa pelo prêmio de Melhor Ator também será encabeçada pelas duas versões de Yves Saint Laurent. Estrela do longa de Bertrand Bonello, Gaspard Ulliel já levou o César de Revelação Masculina por Amor Eterno, em 2005. Já o protagonista do filme de Jalil Lespert, Pierre Niney, traz na bagagem duas indicações à categoria Revelação, sem nunca ter levado um César para casa.

Completam a lista dos indicados a Melhor Filme Eastern Boys, de Robin Campillo; A Família Bélier, de Eric Lartigau, e Hippocrate, de Thomas Lilti, além de dois filmes que foram exibidos na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2014: Acima das Nuvens (Sils Maria), de Olivier Assayas, e Amor à Primeira Briga (Les Combattants), de Thomas Cailley.

Festival menos elitista

É justamente nestes dois longas que passaram por São Paulo que estão as duas atrizes que devem disputar o principal prêmio feminino da noite: Adèle Haenel, de apenas 26 anos, que estrela Amor à Primeira Briga, e a veterana Juliette Binoche, que vive uma atriz confrontada com a passagem do tempo em Acima das Nuvens.

O destaque popular do César deste ano é a comédia A Família Bélier, que levou nada menos do que 6,3 milhões de espectadores às salas de cinema francesas. Com seis indicações, pode repetir o sucesso de Eu, Mamãe e os Meninos, outro filme de caráter mais blockbuster que no ano passado levou cinco Césares, incluindo o de Melhor Filme.

A façanha do longa de Guillaume Gallienne em 2014 e as indicações de A Família Bélier neste ano demonstram a tentativa da organização do festival de popularizar a sua festa que, com frequência, é acusada de ser elitista por menosprezar filmes de apelo comercial.

Sean Penn e François Hollande

Por fim, o ator e diretor Sean Penn deverá subir ao palco para receber um César de Honra pelo conjunto da obra. Na véspera da premiação, o ator foi recebido por François Hollande para um jantar no Palácio do Eliseu.

Não se sabe se o jantar contou com a presença da atriz Julie Gayet, namorada do presidente, mas o fato é que esta noite ela subirá ao palco do Teatro do Châtelet apenas para entregar uma das estatuetas, ao contrário do ano passado, quando concorria a Melhor Atriz Coadjuvante, por O Palácio Francês (Quais d’Orsay).

Galeria: os indicados a Melhor Filme no Prêmio César 2015:

 

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