Ministros do Trabalho do G20 temem piora do desemprego em 2012

Reunidos em Paris nesta segunda e terça-feira, os ministros do Trabalho do G20 discutem formas de contornar os problemas decorrentes da crise econômica mundial e insistem na importância de medidas de proteção social. A OIT anunciou uma previsão de aumento do desemprego nos países do grupo composto pelas maiores economias mais os emergentes.

Ministros do Trabalho durante encontro em Paris REUTERS/Gonzalo Fuentes

"A desaceleração da economia mundial pode gerar uma forte elevação da taxa de desemprego em 2012 nos países do G20", afirma o relatório conjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), encomendado pela presidência do G20.

O documento foi divulgado em Genebra no dia da abertura da reunião ministerial do grupo em Paris, que conta com a participação do ministro brasileiro do Trabalho, Carlos Lupi.

Desde o início da crise em 2008, foram perdidos nos países do G20 cerca de 20 milhões de postos de trabalho. Para recuperá-los até 2015, seria necessário aumentar a taxa de crescimento do emprego do nível atual de 1% ao ano para pelo menos 1,3%.

Mundo tem 200 milhões de desempregados

O documento afirma que a taxa de desemprego diminuiu em 2010, mas de forma moderada. Atualmente, existem no mundo 200 milhões de desempregados, próximo do recorde registrado no momento mais crítico da crise atual.

"É absolutamente indispensável dar prioridade ao trabalho decente e investir na economia real. Para isso, precisamos de uma cooperação mundial sem falhas", disse em comunicado o diretor-geral da OIT, Juan Somavía.

O relatório mostra ainda que a proteção social teve um papel muito importante na crise em certos países, limitando o aumento da pobreza e da população mais vulnerável. Os ministros do Trabalho do G20 querem que o tema seja tratado na grande reunião dos chefes de Estado do G20, nos próximos dias 3 e 4 de novembro, na cidade francesa de Cannes.