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Crise da dívida

Moody's rebaixa nota de mais de 20 bancos portugueses e ingleses

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou, nesta sexta-feira, a nota de risco de crédito de 9 bancos portugueses e 12 bancos ingleses, acrescentando ainda mais nervosismo aos mercados.

A agência Moody's rebaixou, nesta sexta-feira, as notas de bancos britânicos e portugueses
A agência Moody's rebaixou, nesta sexta-feira, as notas de bancos britânicos e portugueses REUTERS/Mike Segar/Files
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O rebaixamento atinge 5 dos maiores bancos ingleses, entre eles o Royal Bank of Scotland, que já havia recebido ajuda anterior do estado britânico, o Lloyds Banking e o Santander. A Moody's justificou a decisão argumentando que o governo britânico tem hoje menos condições de ajudar o sistema bancário quase os bancos precisem de dinheiro.

Mais cedo, a Moody's já havia rebaixado a nota dos principais bancos portugueses, temendo que o governo de Portugal, enfraquecido pela crise, não consiga enfrentar um agravamento da situação econômica no país.

Ao todo, nove bancos foram sancionados pela Moody's, entre eles a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Espírito Santo, agora cotados com a nota Ba2. A recapitalização dos bancos europeus continua em discussão entre os líderes da União Europeia.

Hoje, a Comissão Europeia indicou que vai anunciar, nos próximos dias, uma proposta de ação coordenada de recapitalização dos bancos europeus. O assunto deve ser discutido na próxima cúpula da zona do Euro que será realizada nos dias 17e 18 de outubro, em Bruxelas.

A tensão é crescente na Europa diante do risco de que a crise da dívida soberana contamine o setor, como em 2007 e 2008 após a falência do Lehman Brothers nos Estados Unidos. Os bancos europeus estão cada vez mais reticentes em conceder empréstimos entre eles e os bancos norte-americanos preferem evitar a zona do euro.

Nas últimas semanas, instituições e governos, que até então preferiam a cautela, alertaram para o risco de uma crise de liquidez no sistema bancário europeu. Na última quarta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, fez um apelo para que a União Europeia acelere as manobras para recapitlizar os bancos da região e evitar, assim, um efeito bola de neve no continente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que entre 100 e 200 bilhões de euros devem ser injetados, em um primeiro momento, nos principais bancos europeus para estabilizar o setor.

Mas apesar do consenso crescente sobre a fragilidade dos bancos europeus, os estados da zona do euro ainda divergem sobre as modalidades de intervenção. Alemnha e França, por exemplo, não estão de acordo sobre a maneira de utilizar o Fundo Europeu de Estabildade Financeira, criado para ajudar os estados em dificuldades.

Berlim defende que o fundo seja utilizado como último recurso para recapitalizar os bancos, enquanto Paris estima que o Fundo deve estar disponível para os bancos.

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