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França/ OCDE

OCDE pede para não se falar em saída da Grécia do euro

As autoridades políticas e econômicas não devem falar da possibilidade “perigosa” de que a Grécia saia do euro - pelo contrário, devem estudar a maneira de tirar o país da crise, exortou nesta quarta-feira o secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico realiza nestas quarta e quinta-feiras a reunião ministerial anual dos países membros e convidados.

O secretário-geral da organisação, Angel Gurría, pediu que países continuem ajudando a Grécia a sair da crise.
O secretário-geral da organisação, Angel Gurría, pediu que países continuem ajudando a Grécia a sair da crise. Reuters
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"O que dizemos é que não se deve enviar à Grécia sinais sobre como sair do euro, mas é preciso enviar mensagens sobre como sair da crise", disse o secretário-geral, em Paris. "É preciso seguir se apoiando nos numerosos e difíceis ajustes que a Grécia realizou até agora", acrescentou Gurría.

Autoridades internacionais vêm citando com cada vez mais frequência a possibilidade de que a Grécia saia do bloco econômico, depois que o país não conseguiu constituir um novo governo. Novas eleições foram convocadas para o dia 17 de junho.

Na opinião de Gurría, a eventual saída da Grécia significaria “perder” todos os esforços políticos e financeiros para salvar o país da crise. “E nós não somos capazes de medir objetivamente o que aconteceria se fôssemos nesta direção”, indicou o secretário-geral.

Até amanhã, os ministros das finanças dos países-membros da OCDE se reúnem na capital francesa para avaliar saídas para retomar o crescimento, ao mesmo tempo em que a crise econômica está longe de terminar, sobretudo na Europa. O Brasil é representado na reunião pelo subsecretário geral de Assuntos Econômicos do Itamaraty, Valdemar Leão.

Apesar de o país não fazer parte da OCDE, as análises da economia brasileira mostram que a o PIB deve crescer 3,9% neste ano, mas a alta da inflação deve ser controlada de perto. “O Brasil está saindo de uma fase lenta de crescimento. Ainda não sabemos em que grau vai ser, mas nós recebemos bem os últimos estímulos de consumo tomados pelo governo”, disse o economista Jens Arnold, especialista em Brasil na organização. “Entretanto nós também vemos um risco de que essas medidas de estímulo acentuem a pressão inflacionária e que possam até levar à reversão da diminuição dos juros, feitas pelo Banco Central recentemente.”

Arnold ressaltou que, mais importante do que incentivar o crédito de consumo, a OCDE considera que “uma prioridade para o Brasil” deveria ser “o aprofundamento dos mercados financeiros a longo prazo”. Em relação à possibilidade de saída da Grécia da zona do euro, o especialista afirmou que, por enquanto, “o Brasil não tem com o que se preocupar”.

“O país tem uma experiência em entrada de capitais nos últimos anos, e evidentemente há um risco ligado a isso, se acontecesse uma parada súbita deste fluxo. Mas no momento não vemos nenhum sinal disso”, explicou Arnold.
 

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