Acesso ao principal conteúdo
EUA/ economia

Economia americana desacelera no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos desacelerou no segundo trimestre, já que os consumidores gastaram no ritmo mais lento em um ano, deixando o Federal Reserve, banco central do país, perto de injetar mais dinheiro na economia. O PIB cresceu 1,5% no segundo trimestre de 2012, depois de ter avançado 2% nos três primeiros meses.

Queda no consumo nos Estados Unidos teve consequências no PIB.
Queda no consumo nos Estados Unidos teve consequências no PIB. REUTERS/Kevin Lamarque/Files
Publicidade

Os dados oficiais foram divulgados nesta sexta-feira pelo departamento de Comércio. O ritmo entre abril e junho foi mais fraco de crescimento desde o terceiro trimestre de 2011. Ainda assim, o número oficial é superior à previsão média dos analistas, que aguardavam um aumento do PIB americano de 1,2% no período de abril a junho.

O Departamento também revisou para cima o crescimento do PIB no primeiro trimestre, que passou de 1,9% a 2%, e o do último trimestre de 2011 (de 3% a 4,1%). Segundo a secretaria, a progressão no segundo trimestre deveu-se em grande parte a um aumento das exportações (+5,3%) e do consumo (+1,5%), que foram compensados pela "contribuição negativa" do gasto público.

Esta primeira estimativa é baseada em dados incompletos e será revisada em agosto e setembro. A nova cifra de crescimento foi publicada em plena campanha eleitoral para as presidenciais de novembro, dominada pelas controvérsias em temas econômicos entre o presidente democrata, Barack Obama, e seu concorrente à reeleição, o republicano Mitt Romney.

"A economia está lutando para manter a altitude", disse o economista-chefe do Comerica, em Dalas, Robert Dye. Ele fez o comentário antes da divulgação do relatório. A expansão após a recessão de 2007/09 é a mais lenta desde o período de 1980/81 e a própria recessão foi a mais profunda no período pós-guerra, mostraram revisões anuais dos dados.

A fraca leitura do segundo trimestre, que ficou em linha com as expectativas dos economistas, pode levantar expectativas de uma terceira rodada de compras de títulos, também conhecido como "quantitative easing", pelo Fed. Não é esperado nenhum grande anúncio na reunião de dois dias do Fed na próxima semana, mas muitos economistas dizem que o Banco Central norte-americano pode agir quando autoridades se reunirem em 12 e 13 de setembro.

A economia tem sido afetada por preocupações com os fortes cortes de gastos do governo e impostos mais altos que devem passar a vigorar no início de 2013, assim como problemas provenientes da crise da dívida da Europa. O fator que pesa sobre a recuperação é o temor de que políticos em Washington seriam incapazes de evitar o chamado abismo fiscal na virada do ano, disseram economistas.

Grande parte da desaceleração do crescimento no segundo trimestre foi provocado pela redução dos gastos do consumidor, uma vez que os norte-americanos diminuíram as compras de automóveis devido ao tépido crescimento do trabalho e da receita. Os gastos dos consumidores, que respondem por cerca de 70% da atividade econômica dos EUA, subiram 1,5%, ante 2,4% nos três meses anteriores.

O dado foi o mais fraco em um ano. Boa parte disso reflete uma queda nos gastos em bens duráveis como automóveis, o que havia impulsionado o consumo no período anterior. O crescimento da exportação avançou, apesar da desaceleração da demanda global, especialmente na Europa e na China. Mas isso foi compensado por uma forte alta das importações.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.