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Espanha/ crise

Dívida da Espanha supera previsões e chegará a 85,3% do PIB

A dívida espanhola chegará a 85,3% do PIB em 2012 e a 90,5% em 2013, índices bastante superiores aos previstos (de 79,8% e 82,3%, respectivamente), anunciou hoje o governo espanhol, ao entregar ao Parlamento um projeto de orçamento para o ano que vem marcado pela austeridade. O texto foi adotado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros e multiplica os cortes nos gastos para tentar economizar 39 bilhões de euros.

Ministro espanhol do Orçamento, Cristobal Montoro, apresentou projeto de Orçamento ao Parlamento neste sábado.
Ministro espanhol do Orçamento, Cristobal Montoro, apresentou projeto de Orçamento ao Parlamento neste sábado. REUTERS/Sergio Perez
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“O orçamento deve servir de base para superar a crise e trazer de volta a confiança na Espanha”, explicou o ministro do Orçamento, Cristobal Montoro, em uma coletiva de imprensa neste sábado. “A tarefa do governo é dissipar as incertezas sobre a Espanha.”

Os números não ajudam a melhorar a crise no país: além das previsões ainda mais negativas para a dívida, o ministro anunciou que o déficit público em 2011, previsto inicialmente de afetar 8,9% do Produto Interno Bruto, será revisado em alta para 9,44%. O déficit de 2012 alcançará 7,4%, superior aos 6,3% prometidos aos parceiros europeus.

A dívida espanhola, que em 2011 terminou num nível relativamente baixo na União Europeia (68,5% do PIB), vai aumentar fortemente em 2012 devido principalmente às necessidades de financiamento bruto, no valor de 207,1 bilhões de euros (48,02 bilhões de euros líquidos). As más notícias chegam em um contexto de tensão nos mercados financeiros, que esperam que a Espanha, quarta economia da zona do euro, solicite em breve um resgate financeiro aos fundos europeus.

A revisão em alta dessas duas cifras se explica pelas ajudas públicas aos bancos, fragilizados depois da explosão da bolha imobiliária em 2008, indicou o ministro. O governo conservador está comprometido em reduzir seu déficit público para 6,3% do PIB em 2012, depois para 4,5% em 2013, mas sofre com uma falta de credibilidade nos mercados. Enquanto isso, o país enfrenta recessão e níveis recordes de desemprego, de 24,63%.
 

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