Diante do FMI, Mantega defende direito do Brasil de se proteger de políticas monetárias
Em um discurso a ser pronunciado diante da Assembleia do FMI, amanhã em Tóquio, o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, vai defender o direito do Brasil de se proteger das políticas monetárias expansionistas dos países ricos. O conteúdo da mensagem foi divulgado nesta sexta-feira.
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"Os países desenvolvidos não podem esperar superar a crise em detrimento dos países emergentes", dirá Mantega em seu discurso neste sábado diante do Conselho Monetário e financeiro internacional, uma instância encarregada de definir as grandes orientações políticas do FMI.
"O Brasil tomará todas as medidas necessárias" para se proteger principalmente do fluxo de capitais que inundam o país para favorecer a liquidez desbloqueada pelos bancos centrais no mundo, começando pelo Federal Reserve (Fed), alerta o ministro da Fazenda.
No mês passado, o Fed, o banco central americano, anunciou um programa de 40 bilhões de dólares por mês para estimular a atividade econômica.
"Não podemos aceitar tentativas de qualificar injustamente de protecionistas as medidas legítimas de defesa do comércio exterior, as taxas de câmbio e o controle de entrada dos capitais", acrescentou Mantega.
Na quinta-feira, Guido Mantega já havia criticado o Fed na saída de uma reunião dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em Tóquio, à margem da assembleia do FMI.
Para o ministro, a política visando desvalorizar o dólar só favorece a guerra cambial porque outros países vão responder exatamente da mesma maneira. Uma situação que segundo Mantega, só agrava as dificuldades econômicas em todo o mundo.
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