Banco britânico RBS é multado em $618 mi por fraude na taxa Libor

O Royal Bank of Scotland (RBS), controlado pelo Estado britânico, deverá pagar 612 milhões de dólares (453 milhões de euros) de multas às autoridades americanas e britânicas por ter manipulado a taxa interbancária Libor, essencial nas transações no mercado financeiro. O anúncio foi feito hoje pela instituição.

Banco britânico é apenas um dos 18 estabelecimentos financeiros que participaram do esquema. REUTERS/Neil Hall

O RBS informou que deverá entregar 325 milhões de dólares à comissão americana de Comércio e Mercado Futuro (CFTC), 150 milhões de dólares ao Departamento americano de Justiça e 87,5 milhões de libras (137 milhões de dólares, 101 milhões de euros) à Autoridade de Serviços Financeiros britânica (FSA). As multas resultaram na renúncia do chefe da atividade do banco de investimentos do grupo, John Hourican.

“É um dia triste para o grupo, mas também um dia importante para continuarmos a corrigir erros do passado”, declarou Philip Hampton, presidente do banco, que hoje pertence em 80% ao Estado britânico, após precisar de uma ajuda financeira para evitar falência, em 2008.

O caso da manipulação da taxa interbancária Libor explodiu no fim de junho e envolvia principalmente transações em yen e franco suíço. O escândalo veio à tona quando o banco britânico Barclays revelou que iria pagar 290 milhões de libras para colocar fim às investigações dos reguladores britânico e americano. O banco suíço UBS recebeu no fim de dezembro uma multa recorde de 1,5 bilhão de dólares, e outras entidades estão na mira das autoridades.

No RBS, 21 funcionários envolvidos no esquema foram demitidos ou submetidos a sanções. Mais da metade do valor devido em multas será coberta pela redução ou o cancelamento dos bônus pagos anualmente aos traders que trabalham no banco.

“O que aconteceu no RBS e em outros bancos é totalmente inaceitável. O contribuinte não vai pagar esta conta. É um símbolo de tudo que estava errado no sistema bancário”, disse hoje o ministro das Finanças da Grã-Bretanha, George Osborne, após o anúncio dos montantes devidos pela instituição.

Outros 17 organismos financeiros internacionais também estavam envolvidos na fraude e respondem na Justiça pelo caso, como JPMorgan, Citigroup, Deutsche Bank e o francês Société Générale.