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Grécia/Economia

Taxa de desemprego na Grécia pode demorar 24 anos para voltar a nível pré-recessão

Em um relatório divulgado nesta segunda-feira (24), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou o governo grego de que a luta contra o desemprego deve ser uma prioridade absoluta para o país. Caso medidas eficientes não sejam tomadas para enfrentar o problema, a Grécia pode sofrer uma "crise social prolongada" e só voltar no ano de 2038 ao nível de desemprego anterior à recessão.

Entrada de uma agência do seguro-desemprego em Atenas.
Entrada de uma agência do seguro-desemprego em Atenas. REUTERS/John Kolesidis
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"Após seis anos de recessão, a economia grega dá sinais de retomada, mas um retorno ao nível de emprego anterior à crise poderá demorar muitos anos, a menos que medidas extras sejam adotadas", escreveu a OIT no relatório intitulado "empregos produtivos para a Grécia", que tem mais de 200 páginas.

Em comunicado, a organização alerta para o risco de uma "crise social prolongada". Segundo a OIT, projetando uma retomada de emprego a uma taxa anual de 1,3% para os próximos anos, o país só poderá recuperar a quantidade de postos de trabalho perdidos durante a crise em 2038. Ou seja, um em quatro empregos desapareceu durante a degringolada econômica da Grécia.

"Mais de 70% dos desempregados estão procurando trabalho há mais de um ano, e cerca da metade há pelo menos dois anos, o que traz questionamentos importantes como a perda de competências e a exclusão social", destaca o relatório.

A exposição à pobreza, que se mantinha pouco acima de 20% antes de 2008, atinge agora 44% da população, assinala o documento.

Recomendações e estratégia

A OIT recomenda uma estratégia aliando "medidas de urgência e reformas estruturais", entre elas, a criação de empregos e formação de jovens, a promoção da economia social e solidária, a luta contra a mão-de-obra clandestina, programas de crédito para pesquisa e desenvolvimento, mecanismos de ajuda para financiamento de empresas, e um reforço nas parcerias entre empresas e institutos de pesquisa.

A OIT prega ainda uma "melhoria significativa do nível de salários", que durante a crise sofreram uma redução "sem comparação com outros países da Europa".

A taxa de desemprego na Grécia, uma das mais altas da Europa, cai lentamente depois de ter atingido o recorde de 28%, em setembro de 2013. No mês de agosto deste ano, o índice foi de 25,9%. De acordo com as previsões oficiais, o PIB grego deve crescer 2,9% em 2015, superando de vez seis anos consecutivos de recessão.

 

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